A possibilidade de o técnico Mário Sérgio utilizar uma linha de quatro zagueiros no Atlético para enfrentar o Criciúma começa a esfriar com a frente fria que chegou a Curitiba.
Após alardear a novidade (pelo menos por essas bandas) no início da semana, o treinador já pensa em manter o consagrado sistema 3-5-2 e, com ele, os alas. Tudo vai deverá ser testado no coletivo de hoje à tarde, mas o zagueiro Ígor deixou escapar que o principal objetivo do treinador é “enganar” o adversário através do posicionamento dos jogadores.
“Eu diria que essa opção tática pode pegar o Criciúma porque eles não esperam e nenhuma equipe hoje vai esperar. Todos acham que quatro zagueiros vai ficar extremanente defensivo, mas não é bem assim. Vai ter uma forte marcação, mas a movimentação vai pegar muita gente de surpresa”, explica o jogador. Segundo ele, o ataque também deve ajudar na marcação ao mesmo tempo que os volantes terão liberdade de avançar e trabalhar mais próximos da área adversária.
“A gente vai enganar bem o Criciúma e não é toda hora que eu e o Rogério vamos subir. A gente vai se postar mais na parte defensiva, preocupados mais na marcação”, complementa. No entanto, essa forma abre espaço para a volta de, pelo menos, um lateral ao time. O mais provável é que Ivan continue na lateral e o próprio Ígor possa fazer um revezamento na ala-direita com Fernandinho e até mesmo Alan Bahia.
Nos treinamentos de ontem, defensores e atacantes fizeram trabalhos separados e ainda não mostraram na totalidade como funcionaria a novidade do comandante rubro-negro. Somente hoje, no coletivo, é que Mário Sérgio vai conferir efetivamente como seus jogadores vão se comportar, tanto no 4-4-2, quanto no 3-5-2. “A minha obrigação como treinador é ter várias opções táticas para o meu time. Eu treinar essa opção não quer dizer que eu vá jogar com essa opção. Quando eu cheguei aqui, o time jogava com dois zagueiros e passou a jogar com três e não houve nenhum tipo de queda. Isso (quatro zagueiros em linha) é mais uma possibilidade que existe, mais nada”, aponta.
A maior preocupação do treinador continua sendo as bolas altas do adversário de domingo. “Os gols surgem de bolas paradas. Então, a gente não pode desprezar esse dado, que é importante”, finaliza.
Hora da verdade para Washington
Hoje será o dia D para a permanência ou não do atacante Washington no Atlético. De acordo com a assessoria de imprensa do Rubro-Negro, o chefe do departamento médico, Edílson Thiele, deve definir até o meio-dia se vai aprovar ou não a contratação do artilheiro. O jogador passou por uma série de exames cardiovasculares com especialistas de Curitiba e, com base nos resultados, saberá se poderá continuar como atleta profissional ou terá que pendurar as chuteiras.
Anteriormente, essa definição estava prevista para segunda-feira, mas foi adiada em função de alguns atrasos nos exames e na viagem de Paulo Brofmam, que é chefe do setor de cardiologia do Hospital Cajuru, e que deve chegar hoje para participar da reunião final sobre o caso. Juntamente com ele e com Thiele está participando o especialista Costantino Costantini. Ontem, segundo foi passado à imprensa, ficou pronto o exame de cintilografia, mas ainda faltava o exame de sangue.
O calvário de Washington começou em novembro do ano passado, quando então defendia o Fenerbahce. Ao participar de um treinamento, o jogador sentiu dores no peito e foi submetido a uma angioplastia na Turquia. Ficou cinco meses parado, conseguiu a liberação de seus direitos esportivos na Fifa devido ao não recebimento de salários e acertou verbalmente um contrato com o Rubro-Negro em maio.
No entanto, a situação delicada levou o departamento médico atleticano a consultar alguns especialistas, que preferiram a cautela e programaram uma série de atividades e exames antes de autorizarem o artilheiro a voltar aos campos. Caso seja aprovado, Washington passaria a treinar normalmente com o elenco, mas só jogaria amistosos, pois não está inscrito no campeonato brasileiro.
