O Paris Saint-Germain corre o risco de ficar de fora das competições europeias nas próximas temporadas. Depois de a Câmara de Investigação do Controle Financeiro dos Clubes da Uefa (CFCB) arquivar a investigação contra o clube francês por desrespeito ao Fair Play Financeiro há 20 dias, a entidade que comanda o futebol do Velho Continente anunciou que a Câmara Adjudicatória do órgão irá revisar o caso, que começou a ser investigado em setembro de 2017.
Anteriormente, a Uefa havia comunicado que o PSG tinha cometido um “desvio aceitável” em suas operações financeiras. Porém, nesta terça-feira, informou que ira reavaliar as transações do clube realizadas nos últimos três anos. Segundo a Uefa, isto não significa, entretanto, que haverá uma reversão no resultado da investigação.
A entidade que dirige o futebol europeu vê indícios de descumprimento do Fair Play Financeiro nas transações envolvendo Neymar e Mbappé. O brasileiro foi comprado por 222 milhões de euros (R$ 821 milhões, na cotação da época) e o jovem francês veio de empréstimo do Monaco, mas terá seus direitos adquiridos em definitivo pelo PSG por 180 milhões de euros (R$ 785 milhões) entre pagamento fixo e aditivos que dependem de metas a serem alcançadas pelo jogador.
A Uefa havia informado que uma investigação do órgão concluiu que o PSG inflou o valor divulgado de contratos de patrocínio, entre eles os firmados com o governo do Catar, com quem os donos do clube têm ligações estreitas. Entretanto, mesmo admitindo esta manobra financeira, a Uefa tinha entendido que o clube agiu de uma forma que pôde ser considerada “aceitável”.
O PSG se manifestou por meio de comunicado oficial nesta terça para comentar a reabertura deste caso, anteriormente arquivando pela Uefa. O clube lembrou que se desfez de alguns jogadores, entre eles o português Gonçalo Guedes e o argentino Javier Pastore, vendidos para Valencia, da Espanha, e Roma, da Itália, respectivamente, parar cumprir as regras do Fair Play Financeiro, e afirmou que disponibilizará todas as informações necessárias para a investigação.
“O clube declara que fez um número significativo de transferências nos últimos dias para cumprir a decisão do CFBC e que continuará, desde 1 de setembro de 2017, a fornecer todas as informações solicitadas pelo CFCB e UEFA”, disse o comunicado.
De acordo com as regras de Fair Play Financeiro da Uefa, um clube não pode gastar mais de 5 milhões de euros (cerca de R$ 22 milhões) do que arrecadou no último triênio. Um dono de clube pode dar garantias financeiras para extrapolar esse limite, mas o gasto não poderia passar de 30 milhões de euros (aproximadamente R$ 131 milhões).