É bonito, mas não é seguro. Essa foi a explicação dada pela Uefa nesta terça-feira para justificar o seu pedido de que filhos de jogadores não participem no campo das comemorações após as partidas da Eurocopa.
As cenas de crianças com seus pais após as vitórias na Eurocopa vêm sendo uma das marcas da semifinalista seleção de País Gales, a surpresa da competição, encantando os espectadores. No entanto, a Uefa pediu para que a presença de familiares não se repita nesta quarta-feira, quando País de Gales vai jogar com Portugal, em Lyon.
“É uma Eurocopa, não é uma festa de família”, disse o diretor de torneios da Uefa, Martin Kallen. “Um estádio não é o lugar mais seguro para crianças pequenas”, acrescentou, citando potenciais problemas, como a invasão de torcedores ou mesmo risco de acidentes envolvendo as máquinas utilizadas no gramado.
Entre as imagens mais marcantes da Eurocopa está a do astro galês Gareth Bale rindo a correndo com sua filha de três anos, Alba Violet, no gramado do Parque dos Príncipes, em Paris, depois da vitória por 1 a 0 sobre a Irlanda do Norte, nas oitavas de final.
A presença das crianças com os jogadores de Gales se repetiu na última sexta-feira, quando a equipe superou a Bélgica em Lille. “São imagens agradáveis”, Kallen admitiu. “Nós não estamos 100% contra, mas nós somos cautelosos”.
A comemoração com crianças é algo recorrente no futebol, especialmente em jogos decisivos. “Está ficando cada vez mais um hábito que membros da família inteiras gostariam de entrar em campo ou na área técnica”, disse Kallen. “O princípio é quão longe você vai com o fato de ter outras pessoas no campo além dos jogadores. Apenas pessoas credenciadas devem estar em campo”.
Kallen disse que a Uefa tem a responsabilidade de identificar os riscos e garantir a segurança dentro dos estádios. “Se algo acontece com pequenas crianças de cinco, seis anos, o que você faz depois? O que você diz? Do nosso lado deve haver um determinada ordem”.