A Turner aumentou a pressão sobre Athletico, Bahia, Ceará, Coritiba, Fortaleza, Palmeiras e Santos no impasse envolvendo o contrato de transmissão do Brasileirão em TV fechada.
Na última notificação enviada aos clubes, em tom de ultimato, o conglomerado de mídia americano pede uma proposta “definitiva” para resolução da questão até 30 de junho. Caso contrário, informa que buscará seus direitos.
“A Turner notifica os Clubes a apresentarem uma proposta para que se alcance uma solução definitiva para a questão até 30 de junho de 2020. Na ausência dessa proposta, a Turner entenderá que não há interesse dos Clubes em prosseguir nas tratativas e tomará as medidas cabíveis, na forma do Contrato”, diz parte da mensagem.
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Em abril, a Turner notificou seus parceiros sobre o que julga descumprimentos de diversas cláusulas contratuais referentes à temporada 2019. A multa rescisória é de quase R$ 300 milhões por clube, conforme revelou a Tribuna.
Sem o retorno esperado de audiência e publicidade com o Brasileirão, o grupo americano considera que o produto é muito caro e o ideal seria encerrá-lo. Ao mesmo tempo, não quer pagar, por sua vez, uma rescisão na casa de R$ 2,3 bilhões para tal.
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Nesse cenário, em meio ao início da pandemia do novo coronavírus no país, a dona dos canais TNT e Space suspendeu o pagamento das parcelas igualitárias do contrato da Série A.
Cada time receberia três parcelas até julho, totalizando aproximadamente R$ 10 milhões. Outras receitas que os times tinham direito, como a compensação acertada pelas luvas extras ao Palmeiras, também deixaram de ser pagas.
Unidos nessa disputa, os times contrataram a produtora de mídia Livemode para negociar por eles. No entanto, as conversas não apresentaram avanço significativo até aqui, fato que gerou a reação do grupo americano.
O que os clubes querem?
Os clubes querem a continuidade do contrato, válido até a temporada 2024. Rescindir agora significaria não ter poder de barganha em uma eventual negociação com a Globo pelos direitos de TV fechada, mídia que perde assinantes ano a ano.
Ou seja, a emissora carioca, única opção de mercado, ofereceria menos da metade do que é pago pela Turner, segundo apurou a reportagem. No ano passado, por exemplo, o acordo distribuiu cerca de R$ 140 milhões às equipes.
Por enquanto, o Internacional é exceção. O Colorado tem vínculo apenas até o fim de 2020 e tenta encontrar um acordo individual. Já o Fortaleza, apesar de receber valores menores por ter assinado com o Esporte Interativo quando ainda estava na Série C, optou por reforçar o bloco conjunto de negociação.
Em um cenário alternativo, com a Turner deixando de transmitir o Brasileirão, os clubes acreditam que devem ser indenizados. Eles buscariam uma compensação referente a duas e três temporadas completas, dependendo do time. O grande impasse é que os americanos não querem abrir o bolso para resolver a questão.
Caso um consenso não seja encontrado, o assunto deve ser decidido via arbitragem judicial, na Câmara de Mediação e Arbitragem da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A reportagem questionou a Turner sobre o assunto e a resposta, via assessoria de imprensa, é que de que a empresa “não está rompendo contrato, não está forçando o rompimento de contrato, está aberta à negociação com os clubes e espera uma resposta dos mesmos”.
Em 2019, o conglomerado de mídia mostrou 42 partidas da Série A na TV fechada. Em 2020, com o acesso do Coritiba à elite, teria direito a mostrar 56 duelos.
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