Tudo resolvido. Tcheco fica no Coritiba em 2003

É a primeira vez que uma novela termina na terça, em um país tão acostumado a vê-las terminar na sexta, com reprise no sábado. Mas ontem foi batido – finalmente! – o martelo do caso Tcheco, que renovou seu contrato com o Coritiba por um ano, depois de quase dois meses de espera.

E como sempre acontece em novelas como essa, o final feliz elimina qualquer ferida que poderia ter sido aberta nos últimos dias. As rusgas maiores ficariam entre Malutrom e Coritiba, que travaram uma disputa pelo privilégio de contar com Tcheco – o Cori queria tê-lo em 2003, o Malita queria vendê-lo para o exterior. Os últimos capítulos da história mostravam que havia um desencontro entre as duas diretorias, que chegou ao ápice no momento em que o presidente coxa Giovani Gionédis deu o ultimato na segunda-feira. Mas, segundo os próprios dirigentes, a presença de Gionédis ontem na sede do Malutrom foi decisiva para que o negócio fosse fechado. “Acertamos a renovação em quinze minutos”, conta o secretário Domingos Moro.

Nenhum diretor quis comentar os valores do negócio, mas é quase certo que houve pagamento de empréstimo -coisa que não estava nos planos do Coritiba no início das negociações. Além disso, ficou combinado que, se o Malutrom receber alguma proposta vantajosa do exterior durante a vigência do contrato, não haverá empecilho do lado coxa. “São coisas que não interessam nesse momento. Estamos comemorando o presente que a torcida está recebendo”, diz Moro.

Chegadas

Se der tudo certo, o Cori também apresenta hoje o atacante Marco Brito, que está acertando suas pendências financeiras com o Fluminense. Segundo o empresário português Antonio Aguilar, o negócio está fechado e o jogador chegaria no início da tarde. Além dele, o lateral Ceará é esperado hoje ou amanhã. “Já está tudo certo com o jogador e com o Santos, e ele deve voltar nos próximos dias para retomar os treinamentos”, diz o coordenador técnico Sérgio Ramirez.

Tarde cheia no CT alviverde

A bola vai rolar para valer. Hoje o Coritiba 2003 mostrará a cara em um jogo-treino contra o Rio Branco, às 16h, no CT da Graciosa. É a primeira movimentação do ano contra um adversário de fora das fronteiras do Alto da Glória, e primeira avaliação formal do novo time alviverde – a outra será no sábado, no amistoso contra o Avaí. Esse ?novo? Cori deve apresentar mais juventude e força ofensiva, que aparece já desde o meio-campo.

Os rostos que estarão hoje no gramado 4 do CT coxa não dão ao time a feição de novo, mas o espírito é diferente. Da equipe titular que encerrou a temporada, Pícoli, Lúcio Flávio e Da Silva não estão mais no clube e com isso reforços e jovens que já estavam no elenco ganharam espaço. Com as opções feitas pelo técnico Paulo Bonamigo, o Cori ganha em velocidade, em toque de bola e em ofensividade.

Isso porque, sem Tcheco, Bonamigo escala Lima no meio-campo, sua posição original. Sem a obrigação de ficar preso na área como centroavante, o jogador tornou-se um aliado de Almir na armação – com a vantagem de ambos chegarem facilmente à frente. Apoiados na rapidez do recém-contratado Edu Sales, os três são opções de ataque que facilitam o trabalho do centroavante. Por enquanto, esse centroavante é Marcel, mas Marco Brito está chegando para ser o ?matador? coxa.

De todos, apenas Almir rompeu a idade de 25 anos (ele tem 29), o que transforma o ataque coxa. E será justamente ele o responsável por cadenciar o time quando necessário – e acelerar o passo quando preciso. “A velocidade não depende do armador, e sim dos homens de ataque. Se eles impuserem velocidade, o jogo será mais rápido”, explica Almir. Sobre o fato de ser o ?tio? dos jovens atacantes, o reforço não se preocupa. “Com bons garotos como esses, estou bem”, afirma.

Outro que pode representar a juventude dessa nova equipe é o zagueiro Fabrício, que agradou nos primeiros treinos e começa jogando na defesa, na posição que era de Pícoli, seis anos mais velho. “Ele tem uma boa recuperação”, elogia Bonamigo, que tinha uma defesa carente de velocidade em alguns momentos do brasileiro do ano passado – principalmente quando Reginaldo Nascimento estava fora.

E se a juventude do elenco é notada (a média de idade é de pouco mais de 24 anos), a experiência tem lugar cativo, com o próprio Nascimento e com Edinho Baiano, único jogador do grupo com mais de trinta anos – ele está com 35. “Não existe líder se os outros jogadores não colaboram. E todos eles já aprenderam com o que aconteceu ano passado. Eles são jovens, mas já obtiveram experiência suficiente”, resume o zagueiro.

A mescla anima Paulo Bonamigo. “O time está criando uma boa expectativa pelo que vem fazendo. Eu acho que o time está melhor do que no ano passado”, afirma. Para hoje, a única dúvida do time é Roberto Brum, que sente dores no tornozelo. Assim, a formação conta com Fernando; Reginaldo Araújo, Fabrício, Edinho Baiano e Adriano; Reginaldo Nascimento, Roberto Brum (Pepo), Lima e Almir; Edu Sales e Marcel.

Carteira

Antes do jogo-treino dos titulares, o Coritiba dará uma chance aos jogadores que estão sem clube mostrarem serviço. Às 14h, o time reserva alviverde (acrescido de alguns juniores) vai enfrentar um time de atletas desempregados, formado pelo ex-jogador do Cori e do Malutrom China. “Nós vamos movimentar a equipe também para avaliar esses atletas”, explica Bonamigo. (CT)

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