Para as cidades do Rio de Janeiro e Belém, os Jogos Sul-Americanos começaram oficialmente ontem, com cerimônias de abertura e acendimento da pira. Em Curitiba, o dia foi marcado por uma entrevista coletiva com atletas e treinadores dos esportes que terão como sede a capital paranaense: canoagem, ginásticas olímpica e rítmica e ciclismo.
A partir de hoje, começa a disputa oficial por medalhas em Belém e Rio de Janeiro, para os competidores de atletismo, esgrima, judô. As provas em Curitiba iniciam no sábado, com as primeiras sete finais da canoagem.
Para não alterar a rotina de todos, na coletiva de ontem foram selecionados apenas alguns dos principais atletas brasileiros das três modalidades que terão Curitiba como base.
Hernandes Quadri Jr (ciclismo), Camila Comin e Mosiah Rodrigues (ginástica), Sebastian Cuatrin, Guto Campos e Fábio Demarchi (canoagem) falaram de suas expectativas em relação a resultados e da preparação.
Na canoagem, o polonês Zdzislaw Szubski, técnico da seleção brasileira de canoagem desde 1994, se mostra muito confiante. Ele disse que o esporte passa por um ótimo momento, em função de, finalmente, poder contar com a estrutura. “Temos melhores condições de treinamento, equipamentos de última geração e apoio para uma seleção permanente e, com isso, atletas mais bem preparados do que há oito anos. Espero que a equipe conquiste pelo menos duas medalhas de ouro”, discursou Szubski, lembrando que a canoista Carolina Araújo, único ouro do Brasil na última edição dos Jogos, abandonou o esporte, provavelmente por não ter o apoio que hoje existe.
Guto Campos, Sebastian Cuatrin (recordista brasileiro em medalha nos Jogos Sul-Americanos – uma de ouro e onze de prata) e Fábio Demarchi, são alguns dos destaques da canoagem. Os argentinos serão os principais rivais dos brasileiros na Raia Olímpica do Iguaçu, que abre a parte competitiva dos jogos em Curitiba. “Estamos chegando da Europa onde treinamos bem, as chances são boas e não temos medo, principalmente porque estamos competindo em casa”, diz Cuatrin, escalado para o K-1 nas distâncias de 500m e 1000m.
Ciclismo
No ciclismo masculino a equipe brasileira terá como principais adversários argentinos e chilenos. As provas de pista começam no domingo e se encerram na quarta-feira. Mas, apesar da concorrência, o técnico Iwerson Ladewig garante que o Brasil poderá fazer uma boa apresentação, na pista, onde as maiores esperanças são as provas de 4×4000 no masculino e velocidade 200m no feminino. Os ciclistas Hernandes Quadri Jr, Marcio May e Cássio Paiva, são nomes fortes para a estrada (dia 8). Enquanto no mountain bike (dia 10), Márcio Ravelli, Abraão Azevedo e Jaqueline Mourão são fortes candidatos ao título.
Ginástica
As ginásticas rítmica e artística farão exibições, no Ginásio do Tarumã (dias 10 e 11). Larissa Barata é citada pela técnica Mônika Queiroz como a esperança de medalha na categoria individual da ginástica rítmica. “Temos condições de conquistar o 1.º lugar”, diz Queiroz otimista. As principais adversárias serão as venezuelanas.
Para a ginasta curitibana Camila Comin, da modalidade de ginástica olímpica, a equipe está bem preparada e tem não apenas chances de repetir o resultado dos Jogos Sul-Americanos de 98, no Equador, onde a seleção brasileira conquistou a medalha de ouro, mas obrigação de conquistar o título.
Câmbio preocupa técnicos
A escalada do dólar, que ontem bateu na casa dos R$ 3,60 – fechou em R$ 3,48 -, preocupa treinadores brasileiros, que estão em Curitiba para o Sul-Americano. Para o técnico da seleção de ginástica olímpica masculina, Leonardo Finco, “a alta do dólar vai dificultar a compra da mesa de salto, que substitui o cavalo, para o exercício de salto. Como não temos um produto nacional de qualidade, vai onerar muito a compra no exterior”, ponderou o treinador, lembrando que este equipamento, que passou a ser utilizado há pouco mais de um ano, ainda é uma raridade nos clubes – somente os gaúchos Sogipa e Grêmio Náutico União possuem a mesa.
A Confederação Brasileira de Ginástica também já adquiriu o equipamento, que será utilizado nas provas dos dias 10 e 11.
No entanto, o problema da seleção brasileira de canoagem é o mais grave. “Temos uma viagem marcada para logo depois do Sul-Americano, e não sabemos mais se teremos recursos para isso”, revelou o técnico Zdzislaw Szubski. A delegação deverá embarcar para a Europa, onde fará a preparação visando o Mundial de Canoagem (de 29 de agosto a 1.º de setembro), marcado para a Espanha. “Não podemos cortar atletas ou mesmo dias de preparação. As coisas não funcionam assim”, reclamou Szubski, dizendo que ontem estudava com a direção de sua entidade o corte de dois ou três atletas.
Já Iwerson Ladewig, técnica de ciclismo, o equipamento hoje utilizado pela seleção brasileira é de última geração. “Os equipamentos mais importantes já foram adquiridos. O que nos falta são quadros, mas isso não altera muito a performance”, concluiu Ladewig. (MR)
Os adversários dos brasileiros
Curitiba é uma das sedes dos VII Jogos Sul-Americanos que recebe o menor número de atletas. Ao todo, 291 competidores estão inscritos nos três esportes que serão disputados na capital paranaense (canoagem, ciclismo e ginástica). Para receber os atletas das três modalidades, a Prefeitura teve que realizar algumas melhorias na estruturas do Velódromo Municipal Jardim Botânico, no Parque Barigüi, no Parque Náutico do Iguaçu e no Ginásio do Tarumã. Se a estrutura for aprovada por atletas e treinadores, Curitiba poderá voltar a pleitear ser uma sub-sede do Pan-Americano de 2007, em que o Brasil é candidato através do Rio de Janeiro.
As primeiras provas na capital paranaense acontecem neste final de semana. Sábado e domingo, a canoagem entra na raia do Parque Náutico do Iguaçu, contra Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
Ao todo, serão disputadas 15 provas pela equipe masculina, composta por dez atletas, e oito pelo feminino, que tem seis competidoras.
Ciclismo
A partir de domingo, o ciclismo larga para a corrida por medalhas. O esporte se estende até o fim da próxima semana. Os concorrentes são Antilhas Holandesas, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Paraguai, Uruguai, Venezuela. O time brasileiro é composto por 24 atletas no total.
A última competição em Curitiba será de ginásticas olímpica e rítmica, nos dias 10 e 11, no Ginásio do Tarumã. Envolvidos na disputa estarão atletas de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela.