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Dagoberto ficará internado de três a sete dias e volta para iniciar a recuperação.

O atacante Dagoberto, do Atlético, deve retornar dentro de três a sete dias dos Estados Unidos, onde foi operado na noite de terça-feira, no Centro Médico de Pittsburgh, no estado da Pennsylvania. Ele não esperou pelo médico Jimmy Andrews -que tinha outros compromissos profissionais – e foi operado da lesão do joelho esquerdo pelos médicos Fredy Fu e Dr. Boris, com sucesso, segundo as primeiras informações. Fredy Fu foi o mesmo que operou o zagueiro Pícoli, do Coritiba.

O jogador está acompanhado de Naor Malaquias, irmão do assessor Marcos Malaquias, também do grupo do apresentador Carlos Ratinho Massa. Mas tanto ele quanto o centro não fornecem informações, porém a Tribuna conseguiu apurar com o fisioterapeuta Nivaldo Baldo, de Campinas, que a cirurgia foi menos traumática do que o projetado. É que não foi necessário mexer nos compartimentos medial e lateral do joelho, além de Dagoberto ter recebido enxerto de um banco de doações. Isto significa que não foi extraído filamento de tendão do paciente, minimizando traumas e cicatrizes.

De acordo com Nivaldo Baldo, com quem Dagoberto passou três semanas fazendo fisioterapia pré-operatória, ele tanto poderá voltar nos próximos três dias ou no máximo sete, para o Brasil, para iniciar o período de recuperação. Pelas previsões feitas pelo médico Edilson Thiele, do Atlético, o jogador levará de quatro a cinco meses para voltar a jogar. Se permanecer no Atlético, isto equivalerá à fase final do Campeonato Paranaense, em abril. Mas o fato da cirurgia nos Estados Unidos ter sido recomendada pelos procuradores e empresários por indicação de clubes pretendentes da Europa, pode significar que ele não emplacará 2005 na Arena. "Existem muitas propostas para levar o Dagoberto. Ele ainda não é, mas vai ser o maior jogador do mundo", disse Baldo, empolgado com seu pupilo e amigo.

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A próxima etapa a ser cumprida pelo jogador dependerá do Atlético. Na clínica de Campinas, está tudo preparado para o período de recuperação, mas Nivaldo Baldo disse que até agora Mário Celso Petraglia ainda não definiu onde será a nova fase, de pura fisioterapia. Pittsburgh fica a 1.200 quilômetros de Nova York, numa cidade de alto padrão social, por suas inúmeras indústrias e extração de carvão, além de abrigar uma das universidades mais modernos dos Estados Unidos.

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Atlético pronto para novo julgamento

O departamento jurídico do Atlético não se surpreendeu com a inclusão do clube na pauta de julgamento da 4.ª Comissão Disciplinar do STJD, que se reúne amanhã. Ciente de que a presença do copo em campo foi citada na súmula do árbitro Wagner Tardelli, que apitou Atlético e Criciúma, o novo julgamento já era previsto.

"O STJD está sendo rigoroso e o fato existiu. Mas, diferente do primeiro julgamento, estamos mais tranqüilos", diz o advogado atleticano Marcos Malucelli.

O principal argumento de defesa do clube é o fato de terem detido o suposto autor do arremesso, o torcedor Sidney Alexandre Portugal. Apesar dele negar de forma veemente o ato, o Rubro-Negro tem o termo circunstanciado de infração penal – o irmão de Sidney, Edenílson, também foi detido. "Fizemos a nossa parte. A partir daquele momento, o trabalho passou a ser da Polícia Militar."

O trabalho rápido da segurança do clube será enriquecido com outro instrumento que será usado na defesa: a súmula do árbitro. No documento, Tardelli classificou como bons o comportamento do público e a segurança do estádio. "Mais que isso, ele disse que o copo foi encontrado e nem ele, nem seus assistentes, viram o objeto ser arremessado."

O que pode complicar a defesa é a reincidência do clube, punido em função de incidentes ocorridos na partida contra o Atlético Mineiro. Na ocasião, o clube perdeu dois mandos e conseguiu reduzir a pena, mediante um recurso, para um jogo. De qualquer forma, houve a punição. No julgamento de amanhã, o clube senta no banco dos réus mais uma vez incluso no artigo 218 e pode perder até três mandos de jogos. Na pior das hipóteses, o Rubro-Negro não jogaria mais em casa – restam dois jogos em casa: contra o São Caetano e contra o Botafogo. "Vamos fazer uma estratégia de defesa suficiente para absolver o clube", diz Malucelli, que amanhã já estará no Rio de Janeiro.

Zveiter dá posição hoje sobre Denis Marques

Rio – O presidente do STJD, Luiz Zveiter, vai se pronunciar hoje sobre o caso Denis Marques, que estaria atuando de forma irregular no Campeonato Brasileiro. Ele recebeu denúncia no tribunal de que Denis teria um contrato em vigor com um clube árabe, o Kwait Sport Club, e, portanto, não poderia ter firmado compromisso com o Atlético-PR.

Zveiter pediu à CBF que enviasse os documentos de Denis para uma análise preliminar. Na terça-feira à noite, a entidade remeteu os papéis ao STJD. A advogada Vera Otero, especialista em justiça esportiva, explicou ontem que não existe nenhuma possibilidade do Atlético ser punido.

"A Procuradoria do STJD tem prazo de dois dias, após a partida, para oferecer denúncia, em casos de atletas sem condições legais de jogo. Em nenhuma das dez vezes em que Denis Marques atuou neste Campeonato Brasileiro houve denúncia contra o jogador ou o clube dentro desse prazo", disse Otero, advogada de vários clubes da primeira e segunda divisões do futebol brasileiro.

Ela acrescentou que liminar em poder do Atlético-PR livra o clube de uma eventual punição. De acordo com Marcos Motta, advogado contratado pelo Kwait Sport, a Fifa tem ciência de que Denis Marques abandonou o Kuwait sem o consentimento do clube e que, assim, não estaria em condições legais para defender nenhuma outra agremiação.

"A liminar do Atlético-PR na Justiça comum para dar legalidade à presença do atleta nos jogos do Brasileiro esbarra na determinação da Fifa de que entidades ou clubes só podem recorrer à justiça esportiva para resolver problemas com atletas", declarou. Segundo Motta, a CBF corre o risco de ser punida pela Fifa se Denis Marques e o Atlético-PR não forem penalizados.

Ex-gremistas preparados para tudo

Situações antagônicas marcarão a partida entre Grêmio e Atlético Paranaense, domingo, às 18h, em Erechim. De um lado, um time desesperado para não cair. Do outro, o líder isolado, que quer abrir ainda mais a vantagem sobre o Santos.

Por coincidências do futebol, os sentimentos também se misturam para alguns jogadores atleticanos. Talvez o que mais se sinta dividido é o zagueiro Marinho. "Foram dois anos no Olímpico. Aliás, acharia muito legal voltar a jogar lá", diz. Entretanto, apesar do carinho declarado pelo time gaúcho, Marinho já adianta que não vai dar refresco para os atacantes gremistas. "Como pessoa, lamento muito a situação triste pelo qual o Grêmio passa. Mas hoje sou atleticano de coração e uma vitória é fundamental na busca do título."

Mágoa

Outro que tem raízes gremistas é o goleiro Diego que, apesar de torcer para o time gaúcho quando garoto não tem só boas recordações. Quando estava no juvenil do Tricolor, ele sofreu uma séria contusão no quadril e logo em seguida, outra no pé. "Fiquei um ano parado e quando voltei, ouvi de um dirigente que estava acabado para o futebol e que era para eu buscar uma nova profissão." As palavras foram um balde de água fria, mas ele não desistiu. "Fiquei mal, mas acabei buscando outro caminho. Acertei com o Juventude e foi a melhor coisa que fiz. Caso contrário, em vez do título, estaria brigando pra não cair", diz o goleiro. Com a família toda gremista, o jogador garante que desta vez o coro tricolor estará mais fraco. "O povo virou Diego Futebol Clube", brinca.

Em situação oposta está o zagueiro Fabiano. O gaúcho de Getúlio Vargas diz que pelo menos a família é toda colorada. "O povo todo torce para o arqui-rival do Grêmio. Comigo do outro lado, então, nem se fala", diz o capitão atleticano. Essa turma, pelo menos, deve se juntar aos atleticanos que estão a caminho de Erechim, que fica entre Passo Fundo (onde Fabiano já jogou) e Getúlio, sua terra natal.

Disciplina, segredo da boa fase rubro-negra

Quais os segredos de um time que quer ser campeão? Para o técnico Levir Culpi, um dos principais é a disciplina. Não é à toa que o Atlético é uma das equipes mais disciplinadas do Brasileirão. Foram apenas quatro expulsões – o Grêmio, equipe mais violenta, teve 16. A média de cartões amarelos é de 2,6 por jogo e para o treinador poderia ser ainda melhor. "Apesar da orientação, ainda tomamos advertências desnecessárias. Mas isso tem um preço", revela o treinador.

Quando chegou ao Atlético, Culpi iniciou um trabalho de consciência emocional com o grupo e apelou para o bolso dos atletas. Quem é advertido, paga multa. "A maioria das advertências, mesmo que seja por falta e não por reclamação, tem relação com o controle emocional".

Talvez por isso, o meia Jádson, apesar da posição, curiosamente seja um dos atletas mais advertidos do grupo – ele tomou 10. "O Jádson está evoluindo, mas por ser muito caçado, acaba revidando. Por isso estamos trabalhando bastante para ele aprender a sair da marcação." O meia também tem alguns cartões por reclamação, de tanto que já foi derrubado pelos adversários em função da sua habilidade.

A tática do treinador de cobrar "caixinha" é seguida à risca e quem mais sofreu foram os atletas expulsos. O zagueiro Marinho, que recebeu o cartão amarelo contra o Flamengo, perdeu o bicho da partida. "Está todo mundo esperto. Mas naquele jogo, em especial, rolou uma confusão com o Fernandinho, fui defendê-lo e acabei expulso", lembra o jogador.

O aspecto mais positivo da regularidade disciplinar da equipe certamente está relacionado com a manutenção da equipe titular. No domingo, contra o Grêmio, será a segunda rodada seguida que o treinador tem todos os titulares. "Só temos isso em função da disciplina. No último jogo, contra a Ponte Preta, não recebemos nenhum cartão", comemora o técnico, já que o Rubro-Negro tem alguns jogadores pendurados.

Uma coisa leva a outra. Podendo manter o mesmo time, a equipe ganha em conjunto e com as peças bem encaixadas, o trabalho de marcação fica mais fácil e eficiente. "Cada um sabe certinho o que fazer. Se passa da minha área, sei que outro companheiro vai parar o adversário, sem que eu tenha que fazer falta", diz Marinho, que apesar de ser zagueiro tomou apenas 7 cartões amarelos. O lateral-direito Fernandinho, que é meia de origem, concorda com Marinho e acrescenta. "Está tudo encaixado e como a ordem é todo mundo marcar, da defesa ao ataque, geralmente paramos o adversário sem fazer falta."