O atacante Dagoberto impôs ao Atlético uma amarga derrota na Justiça.
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) reformou ontem a decisão da 8.ª Vara do Trabalho e anulou os 250 dias de extensão do contrato do jogador, atualmente no São Paulo. De quebra, mandou o Rubro-Negro pagar indenização ao atacante por danos morais.
Por 3 votos a zero, a 2.ª Turma do TRT acatou os argumentos da defesa do jogador, que entrou com recurso contra a prorrogação de seu vínculo com o clube. Por causa daquela decisão, Dagoberto só pôde deixar o Rubro-Negro depois de 29 de março, quando seu contrato entrou no último ano de vigência. Pelo documento original, poderia sair da Baixada em julho do ano passado, pagando os mesmos R$ 5,46 milhões de multa depositados recentemente, e que continuarão nos cofres rubro-negros.
Além disso, a juíza Rosemarie Pimpão, relatora do processo, considerou que o Atlético feriu a integridade moral do jogador nas declarações referentes à ação, e sugeriu a indenização.
O valor estipulado foi de R$ 50 mil. Através do site oficial, o Rubro-Negro anunciou que recorrerá desta decisão na última instância – Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília.
?O valor nem é tão alto. O importante é a vitória moral, dele e de todos os atletas de futebol?, falou um dos procuradores de Dagoberto, Naor Malaquias. Como o contrato de Dagoberto foi prorrogado com base no período em que ele ficou contundido, Malaquias entende que a decisão pode ser aplicada a todos os atletas na mesma situação.
Não é o que defende um dos advogados do Atlético no caso. Segundo Diogo Braz, a 2.ª Turma do TRT entendeu que o contrato de qualquer atleta pode ser prorrogado em caso de contusão. No caso específico de Dagoberto, a decisão foi diferente porque ele passou por fisioterapia e recondicionamento físico – ou seja, não deixou de trabalhar.
Na prática, a sentença do TRT frustra a intenção do Atlético de prorrogar o contrato do jogador por mais 98 dias, calculados com base no período em que ele ficou parado após a segunda lesão no joelho. Isso poderia elevar a multa rescisória para mais de R$ 16 milhões. Por outro lado, com a decisão, Dagoberto poderia se transferir a partir de 29 de julho de 2007 sem pagar nada ao Rubro-Negro.