São Paulo – É muita gente em volta do carro para não fazer nada. A proibição das trocas de pneus durante as corridas, adotada nesta temporada da Fórmula 1, pode ser revertida no ano que vem. As equipes que vão usar pneus Bridgestone (cinco ou seis, dependendo da nova ?Honda B?) querem. Entre as clientes da Michelin, nem todas.

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Hoje, num GP, os pit stops só servem para reabastecer os carros. Os pneus só podem ser trocados em caso de avaria visível que comprometa a segurança. Mesmo assim, quando é preciso trocar não se pode colocar gasolina.

A idéia foi imposta no fim de 2004 pelo presidente da FIA, Max Mosley, defensor do ?pneu único?, um jogo apenas para a classificação e a corrida. O dirigente pretendia, assim, frear o trabalho de desenvolvimento das fabricantes, para reduzir os testes privados e os custos globais da categoria.

Só que o sistema de classificação deve mudar no ano que vem (veja texto nesta página), com o treino sendo dividido em três fases distintas. Para cada uma delas, o piloto disporia de um jogo novo de pneus.

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O que querem alguns times, liderados por Ross Brawn e Patrick Head, respectivamente diretores-técnicos de Ferrari e Williams, é que os três jogos usados na classificação possam ser usados também na corrida. No total, cada carro poderia usar cinco jogos de pneus por fim de semana: dois para os treinos livres e três para classificação e GP.

Brawn e Head foram os encarregados de formatar o novo sistema de classificação para apresentá-lo à FIA, que vai decidir por sua aprovação na reunião da Comissão de F-1 no dia 24 deste mês. A Ferrari é cliente da Bridgestone e a Williams também será, em 2006.

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Quem mais se opõe à idéia é a McLaren, que usa Michelin e tem hoje um carro equilibrado o bastante para fazer uma corrida inteira com um jogo apenas, sem que os pneus desgastem além da conta.

A Ferrari atribuiu à mudança na regra dos pneus seu fiasco nesta temporada. No ano passado, o time ganhou 15 das 18 corridas disputadas. Neste ano, apenas uma, em Indianápolis, prova que não teve a participação dos times da Michelin.

As discussões sobre o novo regulamento estão concentrando as atenções em Suzuka, onde na madrugada de hoje foi disputado o GP do Japão, penúltima etapa do mundial.

Formação do grid terá um novo formato

São Paulo – O novo sistema do treino classificatório de 2006 deverá ter três fases e a disputa de uma ?superpole?, como acontece atualmente no DTM, o Campeonato Alemão de Turismo. A maioria das equipes, de acordo com os rumores de paddock, apóia a idéia de que a sessão de uma hora tenha definição em seus minutos finais das dez primeiras posições de largada.

O formato trifásico seria da seguinte forma: nos 15 primeiros minutos, definir-se-iam de 16.ª à 20.ª posições; nos 15 minutos seguintes, de 11.º a 15.º. Na parte decisiva, os dez melhores teriam 20 minutos, com combustível de corrida, para disputarem a pole-position. Os outros dez teriam direito de mudar a estratégia.

Este treino, se aprovado, ainda deverá sofrer alguma adaptação no caso de a Honda colocar sua segunda equipe no mundial do ano que vem. Uma decisão será anunciada em 24 de outubro, quando a Comissão da F-1 estará reunida.