Tríplice parceria deve se reunir e dividir os custos

Assim que a Price Waterhouse, em reunião com técnicos da Fomento Paraná, der seu parecer sobre o orçamento de R$ 330 milhões protocolado pelo Atlético, na semana passada, o clube deverá fazer um pedido de um novo financiamento junto à instituição financeira estadual e definir as garantias que deverão ser dadas para obter essa nova linha de crédito no valor de R$ 65 milhões que darão fluxo de caixa suficiente para a conclusão da Arena da Baixada a tempo da realização da Copa do Mundo. Apesar de o presidente rubro-negro, Mário Celso Petraglia, insistir que a conta final terá que ser dividida também com os poderes estadual e municipal, caberá somente ao Atlético calçar o novo contrato com as garantias necessárias para receber o montante.

‘O processo realizado junto ao BNDES para obter-se a nova linha de crédito é muito demorado. Por isso, a Fomento Paraná vai antecipar o valor, desde que o Atlético dê as garantias necessárias. Não é dinheiro público e sim um financiamento que o clube terá que dar as garantias e depois pagar’, frisou o coordenador-geral para assuntos da Copa, Mário Celso Cunha. ‘Todo financiamento com agente financeiro precisa de garantias e isso será de responsabilidade apenas do Atlético Paranaense. O Município, como o Gustavo (Fruet – Prefeito) disse, não colocará mais recursos na obra e está cumprindo tudo o que foi firmado no contrato tripartite, no final de 2012, quando o valor da obra estava em R$ 184,6 milhões. Tudo que evoluísse depois disso seria garantido pelo Atlético e é bom deixar claro isso. Estamos apenas dando o apoio para o recurso chegar’, complementou o secretário municipal da Copa, Reginaldo Cordeiro.

Para obter a nova linha de crédito e terminar a Arena da Baixada a tempo da realização do Mundial, o Atlético deverá dar recebíveis do seu estádio como garantia do novo empréstimo que será repassado pela Fomento Paraná. Uma das possibilidades aventadas é calçar essa quantia com o contrato de naming rights que o clube está tentando fechar. A montadora Renault demonstrou interesse em dar seu nome ao estádio atleticano. Especula-se que o acerto seria para 20 anos e o valor recebido seria de R$ 150 milhões. Esta quantia, passada como garantia à Fomento Paraná, resolveria por hora os problemas do clube para receber o empréstimo e ter fôlego financeiro para terminar o estádio.

Outra alternativa seria colocar o terreno da Arena da Baixada como garantia para obter o empréstimo. Depois que a Prefeitura de Curitiba realizou as desapropriações das casas no entorno do estádio, no ano passado, o terreno do Joaquim Américo foi dividido em 12 matrículas distintas e pode ser a alternativa que o clube procura para receber a quantia de R$ 65 milhões, que será adiantada pela Fomento Paraná e que depois será calçada pelo programa de financiamento BNDES Estados para capitalizar o Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE), que é administrado pelo banco estadual.

Pagamento

Assim, com a participação definida da Prefeitura de Curitiba e do Governo do Estado no valor de R$ 123 milhões – R$ 61 milhões para cada -, sobrará R$ 207 milhões para o Atlético pagar, desde que o orçamento final de R$ 330 milhões seja cravado hoje pela Price Waterhouse e pela Fomento Paraná. Para conseguir pagar a dívida e não perder o que já deu de garantia nos contratos firmados, como o CT do Caju e os recebíveis de televisão até 2018, o clube terá que colocar em prática a ideia de transformar a reformulada Arena da Baixada em um grande centro de eventos, que seja rentável e traga novas fontes de rendimentos para o Atlético.

Este deverá ser o papel da AEG, que firmou contrato com o Atlético em novembro de 2012, e passará a administrar a Arena da Baixada depois da Copa do Mundo. A empresa, que fechou parcerias com a Arena Pernambuco, em Recife, e a Arena Palestra, em São Paulo, terá tarefas importantes pela frente para auxiliar o clube a adquirir novas receitas. A AEG será responsável por trazer grandes shows para o estádio atleticano e captar verba por meio da venda de propriedades comerciais, como camarotes, áreas VIP e espaços comerciais (restaurante, lanchonetes e lojas), e principalmente com a comercialização do nome da Arena da Baixada. A AEG é conhecida como uma das principais vendedoras de naming rights do mundo e a comercialização dependerá do aval do Atlético.

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