Pela glória nas quatro linhas, a fé e a religiosidade estão no cotidiano do futebol paranaense. Há cerca de uma semana, a diretoria do Paraná buscou nas bênçãos do padre Cícero a possibilidade de redenção na Segundona do Brasileiro. Após derrota por 3 x 0 para o Icasa-CE, em Juazeiro do Norte, uma camisa do clube foi deixada no santuário da cidade cearense. Para o diretor de futebol tricolor, Guto de Melo, foi uma forma de pedir proteção. “Respeito muito qualquer forma de devoção, fé ou orações, que podem ajudar os atletas do clube a buscar fôlego novo para virar qualquer jogo. Por isso, deixamos nossa vestimenta ao lado da de outros times brasileiros, no santuário de padre Cícero”, conta.
No Atlético, um exemplo de proximidade entre a fé e o futebol surgiu no bicampeonato paranaense de 1982 e 1983. A partir de então, Nossa Senhora Salette foi adotada como padroeira do clube. Uma imagem da santa ainda se encontra no CT do Caju, onde abençoa patrimônio, jogadores e torcida.
“Acredito que faz bem. Muitas vezes parei diante de nossa santa para orar. Principalmente, quando adotamos ela no Atlético”, disse o diretor de futebol, Valmor Zimermann, recordando dos pedidos que fez antigamente, pelo fim das contusões de jogadores como o volante Detti e o meia Lino – campeões estaduais em 1982.
Já no Coritiba, apesar da inexistência de uma padroeira oficial no Coritiba, existe um ídolo que até hoje se recorda das bênçãos da igreja do Perpétuo Socorro, localizada em frente do Couto Pereira. Trata-se de Dirceu Krüger, que atuou no clube entre os anos 1960 e 1970, que recorda de uma ocasião em que foi técnico interino do Verdão. Na ocasião, para chegar à fase final da Série B de 1995, o Coxa precisava de uma vitória contra o Ceará e um tropeço do Remo. “Chegando no local de treino em Fortaleza, percebi que havia uma igreja em frente. E o nome era igreja do Perpétuo Socorro. Entrei nela, orei, e depois disso tive a certeza que a vaga era nossa”, recorda.