Parece que foi ontem. Há cinquenta dias Atlético e Coritiba entravam em campo pela última vez – e com eles o futebol paranaense. E será a dupla Atletiba a iniciar o nosso 2016 na quarta-feira. Isso, depois de amanhã começa a Primeira Liga com o Atlético indo a Brasília encarar o Fluminense às 19h30 e o Coritiba viajando a Porto Alegre para enfrentar o Internacional às 21h45. No sábado é a vez da largada do Campeonato Paranaense, e aí seguimos nossa vida até a primeira semana de dezembro, quando termina a Série A. E onde a dupla e o Paraná podem chegar?
É uma longa jornada cercada de dúvidas. Não conseguimos ter mais a certeza de que faremos boas campanhas. Quando apostamos em alguma equipe, geralmente ela vem decepcionando. Ou pela falta de interesse no futebol, ou pelas crises internas ou pela falta de dinheiro. Quaisquer que sejam os motivos, nem no Estadual o Trio de Ferro vem conseguindo se afirmar. Nos dois últimos anos, foi o interior que levou a taça e com sobras. Em 2014, a capital nem esteve na final, disputada por Maringá e o campeão Londrina. Ano passado, o Operário destroçou o Coritiba vencendo as duas finais, incluindo um 3×0 em pleno Couto Pereira.
Esse ano pode ser diferente? Com otimismo, é possível dizer que sim. O Atlético, depois de muitos anos tendo que corrigir a rota do futebol durante a temporada, contratou bem e manteve os principais jogadores (Weverton, Eduardo, Otávio, Nikão, Walter). Uma base promissora teve o acréscimo de jogadores experientes como Paulo André e talentosos como Vinícius. Cristóvão Borges foi mantido. O Furacão fez a lição de casa direitinho, e tem o começo de temporada mais animador em sei lá quantos anos.
O Coritiba evitou encher a prateleira de jogadores. Perdeu Henrique Almeida, é verdade, mas todos os outros destaques da fuga do rebaixamento ficaram – Wilson, Walisson Maia, Juninho, Thiago Lopes, João Paulo, Juan. Ceará e Leandro chegam com status de titulares até com certa sobra. E Kléber promete um ano mais confiável que 2015. Gilson Kleina, mais que qualquer outra pessoa no Alto da Glória, trabalha com pés no chão. Sabe da bronca que tem que encarar, mas não faz planos mirabolantes. Trabalha muito.
E o Paraná Clube fez certo com a volta de Claudinei Oliveira, a melhor notícia de uma entressafra com menos novidades que em temporadas anteriores. E isso não é ruim, porque não adianta contratar e contratar para depois ter que fazer tudo de novo. Alisson voltar é uma ótima. Válber e Nadson chegam com a recomendação de quem acompanhou a fundo o Sampaio Corrêa no ano passado. E, principal, o foco é a Série B – se alguém ainda não percebeu, a volta à primeira divisão é a salvação financeira do Tricolor.
Talvez seja otimismo demais. Os descrentes são maioria. O passado anda condenando. Mas acreditar, a gente sempre acredita. Que esse ano a resposta dos clubes em campo seja positiva.