Trio de ferro diverge sobre paralisação

Sem disputar partidas oficiais e, consequentemente, sem faturar com as arrecadações dos jogos, o trio de ferro faz as contas para ver se a paralisação forçada durante a Copa do Mundo traz prejuízo, lucro ou empata receita e despesa.

Para o Paraná Clube, a interrupção das disputas da Série B foi prejudicial. Primeiro, porque tirou o embalo da equipe dentro de campo; segundo, pelo motivo de que o Tricolor conta com as rendas dos jogos para bancar seu elenco.

“O prejuízo é certo. As despesas aumentam, por causa da intertemporada, e as receitas vindas das rendas somem. São pelo menos duas semanas com um aumento significativo de despesas, pois temos de manter todo o grupo concentrado, mesmo que seja em um local próprio, como o Ninho da Gralha”, avalia o presidente Aquilino Romani.

O dirigente, no entanto, resigna-se, pois essa é uma realidade que se repete de quatro em quatro anos. “O mundo para em torno da Copa. Cabe muito mais a nós, dirigentes, termos a noção de que a Copa atrai todas as atenções daqueles que gostam de futebol e estarmos preparados, a cada quatro anos, para esse calendário atípico”, disse, comemorando o fato de que, com a paralisação, o Paraná Clube está conseguindo recuperar o gramado da Vila Capanema e, diante da boa campanha do time – é líder da Série B, com 15 pontos -, o número de associados tem aumentado.

“Todos os dias há procura por novas adesões. Além disso, recuperamos quase 800 inadimplentes. Creio que vamos fechar o ano com 5 mil associados”, comemora.

Coxa economiza

O Coritiba e o Atlético têm uma visão mais otimista sobre o recesso causado pela Copa do Mundo. No caso do Coxa, segundo o vice-presidente Vilson Ribeiro de Andrade, o clube economiza pelo menos R$ 200 mil.

“Não jogar nesse momento para o Coritiba é até interessante porque, a cada abertura de jogos lá na Arena Joinville, o clube paga R$ 200 mil para atuar. Então, a parada da Copa do Mundo, em relação a isso, não gera prejuízo”, diz.

O dirigente, no entanto, avalia que a CBF precisa buscar soluções para as equipes. “Em 2013 vai ocorrer isso de novo, pois teremos a Copa das Confederações aqui no Brasil e o campeonato terá de ser paralisado. Não dá para os clubes ficarem só treinando durante 38 dias”, alerta.

Vilson Ribeiro também torce que não ocorra inadimplência dos sócios, pelo fato de não estar ocorrendo jogos. “A gente vai ter uma ideia nessa semana, até quarta-feira, mas acredito que deve permanecer a adimplência da mesma forma”, diz.

O dirigente também avalia que os torneios de que o Coxa irá participar não deixarão que o time perca o rendimento. “A gente não vai ter despesas nos jogos em Florianópolis e vamos movimentar o time”, afirma. O Coritiba encerrou a fase pré-Copa da Série B no 3.º lugar, com 14 pontos.

Furacão sossegado

No Atlético, quem ajuda a equilibrar as contas em tempos de recesso da Copa são os sócios. Os 20.134 rubro-negros que têm pacote do clube bancam as despesas com o pagamento em dia.

Além disso, como não precisa abrir a Arena da Baixada para jogos, o Furacão ainda economiza R$ 90 mil. Segundo a assessoria de imprensa do clube, esse é o custo com a manutenção do estádio cada vez que ele precisa ser utilizado para jogos.

O Atlético também contabiliza economia no CT do Caju, pois o hotel instalado lá ficou praticamente desativado durante o período de folga dado aos jogadores. O elenco rubro-negro retorna hoje aos treinamentos, assim como os jogadores de Coritiba e Paraná Clube. Daí, mesmo sem jogos, os gastos do trio tendem a aumentar. Afinal, jogo e dinheiro nas bilheterias, só depois que a Copa acabar.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna