Tricolor voltou a ser o “visitante incômodo”

O assessor da presidência Paulo César Silva avisou: “Vocês vão ver que o ambiente é bem diferente”. E se as coisas melhoraram internamente no Paraná Clube, o resultado em campo acabou refletindo o melhor momento.

O Tricolor venceu o Guaratinguetá por 2×0, ontem, no estádio Dario Rodrigues Leite. Resultado que alivia muito a pressão no time no Campeonato Brasileiro da Série B.

Quando entraram em campo, os paranistas se surpreenderam – os torcedores do Guará saudaram efusivamente o Tricolor, num protesto contra a iminente transferência do clube paulista para outra cidade (Hortolândia, Americana, Limeira, Suzano e Botucatu querem receber o time). Era pouca gente, mas já criava um clima diferente para o jogo. Que começou com muita marcação e com o jovem Henrique mostrando qualidade no apoio.

Só que nem Paraná nem Guará conseguiam chegar com força no ataque. O primeiro arremate a gol foi justamente de Henrique, apenas aos 28 minutos. “Estou tranquilo, sei que tenho que fazer o meu trabalho”, resumiu o lateral-esquerdo.

Apesar de estar bem organizado, o Tricolor não passava pela marcação paulista. Faltava força ofensiva, pois Pimpão estava apagado e William muito mal. “A gente pode ganhar o jogo”, afirmou o volante Chicão.

Enquanto os jogadores descansavam, a torcida do Guará protestava. Passava um caixão à frente das cabines de imprensa, mostrava a faixa “Futebol Ltda. nunca mais” e reclamava do presidente do clube, Carlos Arini. O ambiente era todo favorável ao Paraná. Bastava um pouco mais de capricho nas conclusões.

Só que o Tricolor não chutava. Nas poucas vezes que chegava à área dos donos da casa, os atacantes não concluíam. Quando conseguiu chutar, saiu o gol. Aos 17 minutos, após uma falha da defesa paulista, a bola sobrou para Irineu, que encheu o pé e abriu o placar. Gol chorado, mas que valia muito.

Era o prêmio ao bom trabalho do time, que tinha como destaque Henrique. O lateral mostrava raça, qualidade técnica e obediência tática. Com ele, voltava a render bem o setor defensivo paranista.

Inclusive Juninho, que fez defesas importantíssimas após o 1×0. E houve tempo até para a estreia de outro garoto, Kelvin, uma das esperanças do futuro tricolor. E ele brilhou aos 48 minutos, ganhando a jogada e chutando forte. O sorriso do jovem atacante, das categorias de base, foi o retrato de uma nova cara do Paraná Clube, tão sonhada pela torcida.

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