Jogar na Vila Capanema virou pesadelo para o Paraná Clube. Um quadro não limitado ao atual desempenho do clube. Muitos dos recentes fracassos do azul, vermelho e branco ocorreram no Estádio Durival Britto, um “alçapão às avessas”.
Diante da sua sofrida torcida, o Tricolor coleciona fracassos e tem aproveitamento de rebaixado. Se não reverter esse quadro, o time de Roberto Cavalo seguirá no fio da navalha, convivendo com o fantasma da degola até a última rodada da Série B.
“Cada jogador reage de um jeito. Mas, tem gente que se deixa abater pela pressão, sim”, admitiu o meia Davi. Mas, que pressão é essa, se o Paraná não consegue levar mais do que 4 mil torcedores aos jogos, em média? E, nos jogos mais recentes, o time recebeu incentivo, ao menos até sofrer gols.
Foi assim contra Figueirense e Portuguesa. Só que em ambos os casos, no fim o Tricolor ouviu gritos de “olé” e saiu de campo vaiado. Não sem motivo, afinal o revés da última sexta-feira foi a quinta derrota da equipe em casa nesta Segundona.
Levando-se em conta apenas o desempenho como mandante, o Paraná ocupa uma lamentável 17.ª colocação.
Só não é pior do que Campinense, América-RN e Duque de Caxias, não ao acaso, integrantes da zona de rebaixamento.
Seu aproveitamento, no Durival Britto é de apenas 50%, muito parecido com o que se viu nas últimas temporadas, onde o Tricolor caiu para a Série B e passou a flertar com a Terceira Divisão do futebol brasileiro.
A situação só não ficou mais complicada porque os principais concorrentes na luta pela sobrevivência não obtiveram êxito na 27.ª rodada, finalizada no sábado.
O Paraná, na frieza dos números, ainda não conseguiu tornar seu estádio um “porto seguro”.
Desde que voltou à Vila, em setembro de 2006, o clube só foi realmente eficaz, em casa, na reta final do Brasileirão daquele ano.
Aquele time, que realizou a melhor campanha do Tricolor em uma competição nacional (ficou na 5.ª posição e garantiu vaga na Libertadores), atingiu 76,19% de rendimento.
Desde então, apesar de alguns sucessos pontuais, o torcedor viu o clube perder o título estadual de 2007 para o Paranavaí e ser eliminado da Libertadores. Pior do que isso. Também em 2007, o Paraná acabaria a temporada rebaixado, com um aproveitamento de apenas 49,12% nos jogos realizados na Vila Capanema. Foram sete derrotas.
Tivesse somado apenas cinco pontos a mais, o clube teria sobrevivido na elite. No ano passado, a história se repetiu. O Tricolor, já na B, conquistou apenas 52,63% dos pontos que disputou em casa, mais uma vez com sete derrotas.
Números que explicam o drama vivido ao longo de quase toda a competição, onde a permanência na Segundona só foi definida na penúltima rodada, na goleada, em casa, sobre o CRB (4×0).
Restam ao Paraná apenas cinco jogos em casa, para tentar melhorar seus números. Na Vila Capanema, o time de Cavalo ainda encara Atlético-GO, Guarani, Duque de Caxias, Campinense e Fortaleza. E, vale destacar, o clube precisa ao menos de quatro vitórias em dez rodadas para evitar um vexame maior: a queda para a Série C.