O “nada” foi a grande atração do Paraná Clube, um dia antes de mais uma partida decisiva para a sobrevivência do clube na Série B. Nada de treino no gramado, nada de justificativas, nada de contratações, nada de lista de dispensas.
Não fosse um momento trágico, lembraria a famosa comédia dos anos 90. Seinfeld arrebentou a audiência na televisão norte-americana, explorando esse tema: o “nada”. Mergulhado numa crise sem tamanho, o Tricolor preferiu o silêncio, sob a prerrogativa de que as atenções de todos estão focadas no jogo desta noite.
Atolado na pior crise de sua história, o Paraná encara o emergente Santo André, às 20h30, no Estádio Durival Britto. Um jogo que promete ser tenso dentro e fora de campo.
Se a torcida não sabe o que esperar do time, agora nem mesmo os atletas sabem qual será o destino de cada um deles. Após o vexame em Maceió, o presidente foi taxativo: “Precisamos de atletas que honrem essa camisa, esse escudo”.
Imediatamente surgiram apostas sobre os possíveis integrantes dessa “lista negra”, mas nenhum nome foi citado e sob a ponta de uma espada, os jogadores aguardam a última rodada do primeiro turno.
“Não é fácil saber que há uma lista. Aumenta ainda mais a tensão no grupo. Mas, temos que superar isso também e fazer um grande jogo”, comentou o atacante Marcelinho. Nenhum jogador arriscou dizer se estava livre da eventual degola, mesmo sabendo que o Tricolor não poderá reformular completamente o grupo.
A tendência seria uma substituição de cinco ou seis peças, dependendo da disponibilidade do mercado. Hoje, ainda mais restrito, já que o Paraná teria como opções atletas da Série C ou jogadores que não vem sendo utilizados com freqüência na Série A. Diante disso, o técnico Paulo Comelli preferiu não citar quantos reforços são necessários, nem as posições carentes.
Se publicamente nada foi dito, intramuros houve uma série de reuniões, entre diretoria e comissão técnica. O silêncio seria uma estratégia para permitir a busca por jogadores capazes de tirar o clube da lama?
Essa é ao menos a expectativa do torcedor tricolor, que após o dia do “nada”, a sexta-feira seja marcada pelo “tudo”. E que o Tricolor, com um time visivelmente instável sob o aspecto emocional e também técnico consiga colocar em prática tudo o que se espera do Paraná.
Um time aguerrido, que possa se impor em campo e dar início a uma reação, para minimamente salvar a temporada, assegurando a permanência na segunda divisão. Os três pontos, jogando bem ou mal, são “tudo” o que desejam os sofridos paranistas.
BRASILEIRO
SÉRIE B 19ª RODADA
PARANÁ CLUBE x SANTO ANDRÉ
PARANÁ
Fabiano Heves; Claudemir (Murilo), Daniel Marques, Luciano e Rogerinho; Agenor, Diego (Naves), Cristian e Éverton; Marcelinho e Fábio Luís (Gilson).
Técnico: Paulo Comelli.
SANTO ANDRÉ
Neneca; Cicinho, Douglas, Marcel e Artur; Fernando, Willians, Pará e Marcelinho Carioca; Márcio Mixirica e Élton.
Técnico: Sérgio Soares.
SÚMULA
Local: Durival Britto (Curitiba).
Horário: 20h30.
Árbitro: Sérgio da Silva Carvalho (DF).
Assistentes: Alécio Aparecido Lezo (MS) e Rilmar Ribeiro Primo (MT).