No mesmo momento em que o time era derrotado – mais uma vez – pela Série B, o Paraná Clube sofria outro revés, este na esfera judicial. O meia Vinícius obteve decisão favorável na Justiça do Trabalho e está liberado para se transferir para qualquer clube do Brasil ou do exterior. O departamento jurídico do clube não foi ainda comunicado da decisão, que não é definitiva.
“Se isso se confirmar, vamos recorrer”, disse o advogado Alessandro Kishino. Vinícius e Elvis ingressaram com ações simultâneas contra o clube e desde a última sexta-feira sequer apareceram na Vila Capanema.
Quanto ao processo envolvendo Elvis, o Paraná não foi sequer citado. Trata-se de uma ação mais ampla, que envolve ainda o Botafogo, clube ao qual o meia permaneceu emprestado por alguns meses.
A liminar concedida a Vinícius foi considerada uma grande vitória pelo advogado Augusto Mafuz, que representa dos dois garotos. “É um caso grave. A decisão foi embasada no atraso sistemático dos salários”, explicou Mafuz.
Resumindo: não houve a necessidade da configuração do atraso de três meses de salários ou benefícios para que a Justiça determinasse o rompimento unilateral do vínculo do atleta com o clube.
Kishino se disse surpreso com a informação. “Ainda não tenho conhecimento dessa decisão. Mas, ainda na semana passada anexamos os comprovantes de que todos os salários desse jogar estavam quitados”, afirmou.
Vinícius e Elvis não são os únicos pratas-da-casa a mover reclamatória trabalhista contra o Paraná Clube. Há ações tramitando na Justiça do zagueiro João Paulo (hoje no Figueirense) e Goiano (no Santa Cruz).
Não bastassem esses imbróglios, que geram um profundo desgaste ao clube, há uma ação maior, superior a R$ 2 milhões. O caso envolve o atacante Flávio Guilherme, de passagem no mínimo obscura pelo clube.
No final de 2003, antes do término de seu contrato, o clube decidiu liberá-lo. Porém, o Vitória – e seu presidente à época, Paulo Carneiro – entrou com uma ação, pois havia investido cerca de R$ 800 mil na compra de um percentual do atleta.