Só faltam quatro. A vitória sobre o Internacional não só manteve a chama da esperança acesa, como aumentou significativamente as possibilidades de permanência na Série A. O Paraná Clube tem agora – segundo o matemático Tristão Garcia -12% de chances de sucesso nesta reta final do Brasileirão. ?O mérito é de todos os jogadores?, não se cansa de repetir o técnico Saulo de Freitas, sem esconder, no entanto, a satisfação pela primeira vitória à frente do Tricolor.
Uma atuação que servirá de modelo para as cinco batalhas que o time de Vila Capanema terá pela frente até o dia 2 de dezembro, data da última rodada do Brasileirão. Para chegar vivo até lá, o Paraná tem um jogo-chave pela frente, amanhã, em Belo Horizonte. ?Precisamos de mais uma vitória para embalar?, admitiu Saulo de Freitas. Mesmo tendo uma situação mais confortável na tabela – com 44 pontos -, o Atlético Mineiro ainda não está livre da degola.
?Isso vai tornar o jogo ainda mais difícil. Porém, eles também terão que se lançar ao ataque?, lembrou o treinador paranista. Saulo nem alimenta a expectativa de ?grandes jogos? nessas rodadas finais. ?Agora, qualidade técnica é o que menos importa. Só não pode faltar luta, aplicação?, justificou Saulo. ?E tenho certeza que da forma como esse grupo está focado, vai sobrar raça.? Se um resultado positivo diante do Galo é insuficiente para sair da zona do rebaixamento nesta 34.ª rodada, pouco importa.
?Precisamos de uma seqüência de bons resultados. Se vencermos mais quatro jogos, atingiremos a nossa meta?, comentou o Tigre. No jogo de amanhã, o Paraná tenta pôr fim à terrível série de dez derrotas fora de casa. Para a comissão técnica, os resultados foram reflexo da perda da confiança. ?Isso, acredito, vai mudar. Ou já mudou, pois vi contra o Inter um time obstinado, que foi atrás do seu objetivo?, lembrou o treinador paranista. No treino desta manhã Saulo define o time para encarar o Atlético Mineiro.
O lateral Léo Matos, suspenso pelo terceiro amarelo, é desfalque certo. Alex seria a opção imediata para o setor, mas Saulo não antecipou se vai manter o time na mesma disposição tática ou se poderá armar uma nova estratégia, diante da dificuldade da partida. O zagueiro Daniel Marques, recuperado de um torcicolo, treinou normalmente ontem à tarde. Márcio Careca, que não atuou no último domingo – estava suspenso – também pode voltar à equipe.
Entra em cena Domingos Moro, o defensor paranista
Foto: Valquir Aureliano |
Missão do advogado é provar que a situação de Batista é regular e evitar que o Paraná perca 78 pontos. |
O Paraná Clube busca hoje novo ?combustível? na sua corrida de recuperação. No embalo da vitória sobre o Internacional, o clube vai atrás de um triunfo no tapetão. Saem de cena Saulo de Freitas e companhia e a bola fica com o advogado Domingos Moro. Será dele a missão de impedir que o STJD retire do clube 78 pontos – o que determinaria o rebaixamento do Tricolor – por supostas irregularidades na contratação do meia Batista.
O processo será julgado por quatro auditores na 2.ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (o paulista Vladimir Cassani já antecipou que não estará presente à sessão). A partir de uma denúncia do Náutico, o tribunal decidiu investigar a possibilidade de uma triangulação para ?roubar? o jogador do Adap Galo, seu clube de origem. Munido de documentos e contando com o depoimento de todos os envolvidos, Domingos Moro vai tentar derrubar essa ?teoria da conspiração?.
O advogado paranista já tem uma estratégia definida. Vai tentar individualizar os momentos em questão. ?Quem vê a história de uma forma global, pode ter um pensamento errôneo. Acho que esse é o caso?, justificou Moro. ?No final, é só ver que ninguém levou vantagem nessa transação. O Batista está federado ao Avaí e veio ao Paraná por empréstimo?, lembrou.
O advogado confirmou que irá trabalhar em parceria com o defensor do presidente do Avaí, além de explorar os depoimentos do presidente afastado José Carlos de Miranda, do funcionário do clube responsável pelo registro de atletas, Paulo da Silveira, e de outros envolvidos – como os funcionários da FPF e da CBF -, que formalizaram o registro de Batista. ?A história se tornou longa, diante de algumas idas e vindas. Isso pode ter gerado essa avaliação do tribunal?, acredita Moro.
Batista disputou o Brasileiro do ano passado pelo Paraná e esteve a pique de renovar seu empréstimo no início do ano. Porém, quando o presidente da Adap, Adilson Batista, exigiu uma prorrogação do vínculo do atleta por mais uma temporada, o negócio furou. Diante da situação, o jogador ingressou na Justiça do Trabalho e obteve liminar para jogar no Avaí. Só que nesse meio tempo, em março, um contrato do meia com o Paraná acabou sendo registrado na CBF.
Com a liminar, esse contrato foi rescindido. Na mesma data, o jogador acertou com o Avaí. No entanto, cinco meses depois, o clube catarinense formalizou o empréstimo de Batista ao Tricolor, recebendo em troca, também por empréstimo, o meia Joelson.
Moro vai tentar mostrar na sessão de hoje que essas etapas não estão interligadas. Esse será apenas o primeiro passo, já que independente do resultado desse julgamento, o caso ascenderá ao pleno do STJD. ?Mas, é importante garantir uma vitória já. Assim, o Paraná pode manter seu foco apenas nos jogos. Um revés, nesse momento, seria extremamente danoso para o clube?, admitiu Moro. ?Mas, acredito que, apesar do inquérito bastante abrangente, temos uma defesa sólida e as chances de sucesso são grandes?, finalizou.