Mesmo sem trazer à mesa um patrocinador efetivo para a Divisão de Acesso, o Paraná Clube ganhou força na tentativa de antecipação do calendário para 2012. Seis dos nove clubes do interior estiveram presentes à reunião, realizada na sede da Kennedy, ontem à tarde, e nenhum deles colocou qualquer obstáculo à iniciativa da diretoria tricolor.
Acenam, inclusive, com a criação de uma espécie de “liga”, fortalecendo essas equipes para uma competição quase sempre deficitária. “Temos que saber aproveitar o peso do Paraná Clube neste momento”, disse o presidente do Cincão, Gilberto Ponce. Ele falou em nome dos demais clubes presentes ao encontro. Além de Ponce, também atenderam ao convite do Tricolor os presidentes de Agex (Moisés Amaral) e Serrano (Valdir Luiz Cagnini). FC Cascavel, Foz e Nacional enviaram representantes, enquanto Grêmio Metropolitano e Cascavel CR não compareceram ao encontro. “Essa iniciativa do Paraná pode ser o primeiro passo para uma valorização deste campeonato”, completou Ponce.
Além da possibilidade de apoio de uma emissora de TV (a Band enviou representante à reunião) pesam outros dois pontos na decisão dos clubes do interior de apoiar a altecipação do torneio para a segunda quinzena de fevereiro. Ambos estão ligados à presença do Paraná na Série B do Brasileiro. Na reunião, o presidente do conselho deliberativo do clube, Benedito Barboza, mostrou que seria impossível o encaixe de dezoito rodadas nas datas “livres” da Série B nacional.
Com isso, os clubes, quase sempre moldados para manter elencos por apenas três meses, teriam que dobrar o tempo de contrato dos atletas. Além disso, não teriam a certeza de que o Paraná – principal atração da competição – iria atuar em dias e horários compatíveis com as necessidades dos clubes do interior (jogos num fim de semana, por exemplo, seriam inviáveis). “Com jogos às terças e sextas ou sábados, mais viagens para o Nordeste, seria impraticável disputarmos dezoito rodadas em apenas 90 dias. Acho até que nesse modelo, a competição teria que se estender até o ano que vem”, disse Barboza, embasado no artigo 93 do regulamento geral das competições.
O regulamento estabelece que clubes ou atletas profissionais não podem disputar jogos sem o intervalo mínimo de 66 horas. “Houve bom senso dos clubes”, concluiu Benedito Barboza. A reunião definitiva sobre o tema será na próxima segunda-feira.