Há sete anos, o Paraná Clube vem sobrevivendo de parcerias – um modelo polêmico e contestado. Agora, surge uma nova possibilidade: a de tercerização do departamento de futebol.
A questão foi tratada abertamente pelo diretor de futebol Guto de Melo logo após a partida frente ao Sport, na terça-feira. “Se surgir um paranista interessado em tocar o futebol, que apareça já”, disparou o dirigente. “Estou no cargo para ajudar e não por vaidade”, disparou Guto de Melo.
No desabafo do dirigente, fica implícita a falta de capacidade da atual diretoria para gerir o principal filão do clube. O Paraná mantém uma das folhas salariais mais baixas da Série B (em torno de R$ 350 mil) e mesmo assim os prazos não estão sendo cumpridos pela diretoria, que vê a cada jogo o rombo aumentar, diante de borderôs negativos.
Neste histórico de parcerias, o Paraná conviveu sempre com turbulências nas relações. Começou em 2004, quando a S.M. Sports, do empresário Sérgio Malucelli, montou praticamente todo o time para a disputa do Brasileiro daquele ano, inclusive com a comissão técnica comandada por Paulo Campos. Depois, vieram L.A. Sports, Grupo de Investimentos e, mais recentemente, Amaral Sports (Marcos Amaral).
Apesar de percalços, foi com este modelo que o clube conseguiu campanhas sólidas na Série A, em especial em 2006, quando conquistou vaga da Libertadores.
Foi também com a sustentação da L.A. Sports que o Tricolor levantou seu último “caneco” no Paranaense, também em 2006. Já na questão de tercerizações, o retrospecto não é nada animador.
Foi nesse modelo de gestão que o Paraná construiu o Ninho da Gralha. Mas o investidor fez o que quis com as categorias de base, extinguiu alguns segmentos (pré-infantil e sub-20, por exemplo) e dispensou vários profissionais (entre eles Ary Marques).
Na prática, nenhuma revelação surgiu desde então. Um quadro que obrigou a diretoria a agir – talvez tardiamente -reformulando todo o processo com a BASE, agora gerida apenas por René Bernardi.
