Tricolor luta para recuperar glórias passadas

Num passado recente, o Paraná Clube chegou a ser apontado como um dos “emergentes” do futebol brasileiro. Quadro que parecia se consolidar no final de 2006, com a conquista de uma inédita vaga na Copa Libertadores da América.

A classificação para o torneio continental, porém, se transformou em um “tiro no pé”. Dois anos depois de ver a Vila Capanema colorida para a primeira série de jogos internacionais do clube, a pompa deu lugar ao pessimismo, à desconfiança.

O torcedor já não vê motivos para se orgulhar de seu clube e a cada fracasso o Tricolor dá sinais de que “se acostumou” com a Série B. Não sem motivo. Se em 1992 e 2000 o Paraná mostrou força para desbancar favoritos e levantar o caneco da Segundona, nas duas últimas temporadas teve que se contentar com o alívio de ter escapado da Série C.

Sorte que não tiveram outros clubes de certa tradição e que hoje estão no limbo, como Santa Cruz, Paysandu, Criciúma e, mais recentemente, Juventude, só para citar alguns.

O vice de futebol Aramis Tissot já sente na carne a dificuldade para conseguir driblar as limitações financeiras e construir um novo time de futebol. Afinal, o clube já não dispõe de um grande artifício, que impulsionava as contratações realizadas no início da década.

Antes visto como uma grande vitrine, o Paraná se tornou “mais um” no cenário nacional. Não tem como seduzir jogadores em busca de projeção com as simples cores de sua camisa, como ocorria há alguns anos. Hoje, ou paga o valor de mercado ou vê suas chances de contar com jogadores tecnicamente diferenciados reduzidas a quase zero.

Na Série A, muitos atletas aceitavam receber menos para estar atuando na elite, com maior visibilidade e divulgação. “Por isso, temos que nos esforçar para errar pouco, quase nada”, lembrou Tissot.

E, nos últimos anos, o Paraná não é o melhor exemplo a ser seguido no critério formação de elenco. No final do ano passado, por exemplo, deu “carta branca” para Paulo Comelli contratar (dentro do orçamento do clube, é claro). O Tricolor trouxe dezesseis jogadores para o Estadual, fracassou e viu quase todos irem embora deixando um rastro de rescisões contratuais.

Pior do que isso, muitos jogadores de qualidade duvidosa chegaram com contratos longos, o que comprometeu o orçamento já frágil do Paraná. Como o clube ainda trabalha no vermelho, o desafio de Tissot é driblar essas dificuldades mas sem fazer do clube um mero coadjuvante no Paranaense, na Copa do Brasil e, em especial, na Série B.

“Teremos que fazer algumas apostas neste Paranaense”, avisou o dirigente, admitindo que certos jogadores de menor expressão deverão chegar com contratos curtos, mas tendo a opção da renovação, caso aprovados.

“Estamos segurando alguns atletas e investindo em outros que o torcedor já aprovou. Esta será a nossa base. Já o restante do time será formado por atletas mais jovens e com ambição de vencer na carreira”, explicou Tissot.

Ainda esta semana o dirigente espera anunciar a compra de parte dos direitos econômicos do artilheiro Marcelo Toscano, que seria, assim, a principal referência deste “novo” Paraná.

A ele justam-se Luís Henrique e Luiz Henrique Camargo, delineando a espinha dorsal do time, agora sob a direção de Marcelo Oliveira. “Já temos algumas contratações engatilhadas. Espero ter uma base pronta até o fim da próxima semana”, arrematou Aramis.

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