Jogar feio e vencer. A definição do lateral-direito Murilo resumiu bem o intuito do Paraná Clube na noite de ontem, em Ipatinga-MG. Mesmo passando sufoco no 2.º tempo, o Tricolor conseguiu o que queria: derrotar o Ipatinga por 2 x 1, iniciando com triunfo o returno da Série B.
Pode não ter subido na classificação, mas foi a segunda vitória paranista fora de casa, após mais de três meses, o que significa um sinal de recuperação. Em déficit com a torcida, o Paraná precisava começar a reagir como visitante.
Nada melhor que enfrentar o lanterna da Segundona. Quer dizer, seria melhor se o Tricolor se impusesse desde o início da partida. Mesmo tentando ser mais agressivo -Marcelo Oliveira manteve a formação com três atacantes, deixando Wanderson no banco -, o Tricolor começou o jogo mais pressionado do que pressionando.
Aproveitando os espaços no meio-campo, o Ipatinga criou várias oportunidades para abrir o placar. Porém, fraco em seu setor defensivo, o time mineiro também permitia as esporádicas subidas paranistas.
Em um destes lances, Anderson Aquino perdeu o gol na risca da pequena área. Mesmo dominando a partida, o Tigrão saia desordenadamente para o ataque. Isso dava muito espaço ao Paraná, que só precisava de um contra-ataque.
Ele surgiu aos 20 minutos, quando Murilo apareceu livre e cruzou para Rodrigo Pimpão, que tocou para o gol vazio, marcando, enfim, o primeiro gol após o retorno ao clube.
O gol foi sofrido, pois Pimpão já estava lesionado. Tanto que saiu minutos depois para a entrada de Wanderson. A mudança fez o Paraná ter mais um jogador no meio-campo – setor que tinha mais dificuldade até então.
Se melhorou na marcação, o time recuou demais, permitindo que os donos da casa dominassem o jogo até o final do primeiro tempo. “Vamos voltar do mesmo jeito, jogando feio e vencendo”, sentenciou Murilo.
Dito e feito. Logo a 3 minutos, Anderson Aquino aproveitou a falha da defesa mineira e marcou o segundo. Era o necessário para controlar definitivamente a partida e, aí sim, buscar os contra-ataques.
Ainda mais porque o Ipatinga passou a atuar com quatro atacantes, dando muito espaço no meio-campo. Só que em vez de explorar o adversário, o Paraná deixou o Tigrão jogar.
O resultado foi uma pressão interminável, que desaguou no gol de Preto, aos 18 minutos, em falha de marcação de Kim. O Ipatinga continuou apertando o jogo, que se tornou um drama.
A cada corte da zaga tricolor, os jogadores comemoravam como se fosse um gol. Mas a comemoração completa só veio no apito final. Agora, que venha a Ponte Preta na sexta.