Foto: Valquir Aureliano |
Gilson Kleina terá duas semanas com apenas dois jogos para achar a formação ideal. continua após a publicidade |
É hora de acertar o pé. Após três semanas de sucessivos jogos e pouco treinamento, Gilson Kleina enfim terá tempo para impor seu trabalho e arrumar a casa. O Paraná Clube fechou o primeiro turno muito aquém das expectativas de seu torcedor. Principalmente após um início promissor, marcado por vitórias, muitos gols e uma posição cativa na zona da Libertadores. Mesmo sem perder nenhum titular, o Tricolor empacou. Os gols rarearam e a queda foi inevitável.
Pior para Kleina, que passou a conviver com forte pressão e viu sua continuidade ser questionada pela torcida. O técnico sabia que a rejeição seria um obstáculo a ser transposto. Desde que seu nome foi anunciado, os paranistas chiaram. Tudo por conta dos números de sua primeira passagem pelo Paraná. Em 2004, foram 16 jogos, com um aproveitamento de apenas 20,83%. Em dois meses, computou apenas três vitórias e saiu com o clube na zona do rebaixamento.
O técnico garante que o filme não se repetirá. E, para Kleina, a reação começará já no jogo do próximo sábado, em Porto Alegre. ?Os gols vão voltar e, com isso, o time voltará a vencer e convencer?, assegurou o treinador logo após o empate frente ao Vasco. O jejum do ataque vem sendo o grande problema do Tricolor nesta era Gilson Kleina. Em sete jogos, foram apenas dois gols – Márcio Careca, de falta, contra o Palmeiras, e Vinícius Pacheco, na derrota para o Atlético Mineiro – sendo que há quatro rodadas o Paraná não sabe o que é balançar as redes dos adversários.
Num comparativo com campanhas anteriores – desde que o Brasileirão passou a ser disputado por pontos corridos -, o atual desempenho só não é pior que o de 2004, quando o clube fechou o primeiro turno com 29% de aproveitamento (e num incômodo 23.º lugar). O Paraná fechou a primeira metade da competição com 42,1% de rendimento, insuficiente para garantir o clube sequer na zona da Copa Sul-Americana. ?Há um turno inteiro e acredito que o pior momento já passou?, disse o vice de futebol José Domingos, não aceitando a hipótese de que o clube, agora, tem como meta apenas a permanência na Série A.
?Apenas o São Paulo disparou. Três vitórias fazem toda a diferença e confiamos no grupo?, disse o dirigente.
A bola está com Gilson Kleina, que ao longo das duas próximas semanas – período em que o clube disputará apenas dois jogos – terá tempo para processar os ajustes necessários, encontrar a formação ideal e devolver ao time a confiança perdida após os sucessivos insucessos. Mais do que isso, um tempo para dar ao Tricolor um perfil vencedor, principalmente em se tratando de jogos em casa. O pífio desempenho na Vila Capanema foi o fator de desequilíbrio neste primeiro turno. Foram apenas três vitórias, em dez jogos disputados.
Diretoria pode colocar mais jogadores treinando em separado
Foto: Valquir Aureliano |
Joelson não achou seu lugar no time e foi afastado pelos dirigentes. |
O meia Joelson, ao que tudo indica, apenas ?puxará a fila?. A diretoria não confirma – mas também não descarta – que outros jogadores passem a treinar em separado a partir dessa semana. A questão de Joelson, cortado do banco de reservas na véspera do jogo de domingo, foi decidida pela diretoria paranista. ?Pela nossa avaliação, o jogador pouco vinha acrescentando ao grupo. Não deu ao clube a resposta que esperávamos?, disse Domingos.
A diretoria diz que o elenco ainda está muito inchado, mas preferiu não citar nomes de jogadores que possam ser colocados em disponibilidade. ?Vamos chegar a um número ideal para a comissão técnica trabalhar?, explicou o vice de futebol. A decisão não está interligada com a possibilidade do Paraná buscar novos reforços. ?Estamos trabalhando, mas não há nada certo?, disse Domingos. O Paraná trouxe, recentemente, o ala Paulo Rodrigues – que ficou no banco, na última jornada – e o meia Rodrigo, que pode ser a novidade para o jogo frente ao Grêmio.
A contratação de Joelson, no ano passado, transformou-se em uma verdadeira novela, diante de uma briga judicial entre o atleta e seu ex-clube, o Ituano. Quando liberado, o jogador não conseguiu encontrar seu espaço, teve atritos com a torcida e caiu em descrédito junto à crítica, após fracos desempenhos. Neste Brasileiro, participou de 14 jogos (quatro como titular) e fez um gol, o primeiro da vitória por 4×3 sobre o Cruzeiro, em Belo Horizonte.