O Paraná Clube entrou, na última sexta-feira, com uma ação na Justiça do Trabalho de Curitiba contra o goleiro Luís Carlos, atualmente no Ceará. A alegação do Tricolor é que o jogador assinou com o clube cearense antes do término do contrato e que não foi paga a multa rescisória, no valor de R$ 18 milhões.
Porém, o empresário do arqueiro, Marciel Roberto Sandoval, afirma justamente o contrário. De acordo com ele, Luís Carlos não só assinou contrato com Ceará no dia dois de janeiro – o vínculo com o Paraná acabou no dia 31 de dezembro -, como também abriu mão de dois meses de salário para facilitar a saída do time paranista. “É surpreendente. Nós fizemos um acordo com o Paraná abrindo mão do salário de dezembro e de mais um salário para que o clube não viesse a ter que honrar com esse pagamento, já que tinha débitos anteriores com o atleta. Naquele momento o atleta estava desempregado e resolveu rescindir para sair pela porta da frente e poder pegar os cheques pré-datados do clube sobre o que estava atrasado”, explicou ele, em entrevista à rádio 98FM.
Além disso, Sandoval reforçou que existem documentos que comprovam todo o acerto com o Tricolor. “A história é tão confusa que não estávamos nem sabendo da situação. Mas estamos muito bem munidos de documentos. A situação foi mal interpretada pelas pessoas. Houve um acordo, existe um documento a respeito disso. Eu acho que é mais uma situação que, felizmente, o Paraná não terá êxito, pois não está com a razão”, completou o empresário, que garantiu que o Tricolor não deve mais nada ao jogador e que apenas faltam alguns cheques serem compensados.
O Ceará também se mostra tranquilo em relação ao caso. De acordo com o vice-presidente do Vozão, Robinson de Castro, o clube não agiu de forma incorreta em nenhum momento, uma vez que o atleta foi regularizado no BID (Boletim Informativo Diário) da CBF. “O jogador só é regularizado em um clube se o nome dele sair no BID. Se ele conseguiu a liberação junto ao clube de origem judicialmente, amigavelmente é um problema deles. O Ceará não tem nada com isso. Não tiramos o jogador de outro clube”, afirmou o dirigente.
Por outro lado, o Paraná se defende afirmando que no dia primeiro de dezembro Luís Carlos entregou uma carta no qual rescindia o contrato antecipadamente e que ainda por cima recebeu o salário referente ao último mês do ano. “Ele rescindiu por carta antecipadamente, no dia primeiro de dezembro. A lei Pelé diz que ele tem que pagar a cláusula e ainda não poderia assinar um contrato com outro clube durante 30 meses. Ele recebeu tudo que tinha direito e o Paraná não deve nada”, disse o advogado do Tricolor, Juliano Tetto.
O que é certo até o momento é que já está marcada uma audiência para o dia 16 de junho.