Livre do “fantasma” do rebaixamento, o Paraná Clube cumpre tabela nesta reta final da Série B. Sem a pressão de jornadas recentes, o técnico Guilherme Macuglia prega comprometimento e vê no jogo desta tarde, às 17h, a chance para os jogadores mostrarem que têm condições de garantir bons contratos para a próxima temporada. O Tricolor encara o motivado Sport Recife, que joga suas últimas fichas na tentativa de voltar à elite do futebol brasileiro.
O time pernambucano rondou o G4 durante toda a competição, mas nunca conseguiu ingressar na área do acesso. A reação nas últimas rodadas, porém, reanimou os torcedores do Sport, que prometem lotar a Ilha do Retiro. “Assim é bom de jogar”, dispara o zagueiro Flávio, confirmando sua predileção por “casa cheia”, mesmo que seja com torcida do adversário. “Lá em Natal, foi bonito de ver. Conseguimos nos impor, mesmo com um a menos e com a pressão da torcida. Espero que a gente consiga repetir aquela atuação”, disse o jogador.
Porém, apesar do discurso dos atletas paranistas, é perceptível o clima de “fim de feira”. Afinal, o Tricolor fecha a temporada de forma melancólica. Após fracassar no Paranaense (onde depende de um julgamento no STJD para se manter na Primeira Divisão estadual) e tentar se reorganizar para o Brasileiro, o clube completa quatro anos seguidos na “fila” do acesso. “Fica, sem dúvida, o sentimento de frustração. Ficamos muito tempo no G4, o que prova que tínhamos condições de subir. Mas não adianta lamentar. É fechar bem o ano, vencendo esses jogos”, disse o zagueiro Brinner, já “de malas prontas” e perto de um acerto com o Vasco da Gama.
O sucesso do zagueiro, que no início do ano defendia o modesto, mas organizado, Cianorte, inspira os demais companheiros. “Acho que muitos jogadores do Paraná conseguiram projeção nesta Série B. É prova de que todos estão de olho na competição. Então, você tem que entrar em campo sempre para fazer o seu melhor”, destacou o técnico Guilherme Macuglia. O treinador, ainda com futuro incerto no clube, também persegue uma marca.
Para fechar o ano com melhor desempenho entre aqueles que comandaram o clube na Segundona – antes dele, estiveram no cargo Ricardo Pinto e Roberto Fonseca -, ele precisa de quatro pontos nessas duas últimas rodadas. “Futebol é resultado. Conseguimos sair daquela condição de risco. Mas o compromisso vai até a última rodada e temos que entrar em campo sempre para fazer o melhor”, afirmou. “Seja para garantir um bom contrato aqui ou em outro clube, é preciso agir com profissionalismo, sempre”, arrematou Macuglia, sem esconder o desejo de continuar no Paraná por mais uma temporada.
Sem retranca
O técnico Guilherme Macuglia repete no jogo desta tarde a mesma formação utilizada diante do Guarani (vitória por 3 x 0). Sem contar com o volante Sílvio, o treinador mantém Éverton Garroni na posição e o Paraná num 4-4-2. A volta de Dinelson, após um longo período tratando de uma lesão no tornozelo, deu ao técnico Guilherme Macuglia a possibilidade de, enfim, utilizar o esquema tático de sua preferência. “Nunca escondi que prefiro o time assim. Mas, sem opções, tivemos que recorrer ao 3-5-2 durante muitos jogos”, disse o treinador.
Este, talvez, tenha sido o grande problema do Paraná ao longo da Série B. Welington era o principal destaque do time, quando precisou se afastar por causa de uma pubalgia. Quando Rone Dias dava sinais de que poderia ser o substituto, também foi para o estaleiro, com uma lesão muscular. Por último, Dinelson assumiu a camisa 10, mas num lance de infelicidade torceu o tornozelo e ficou mais de um mês parado. Contingências de uma competição longa e que exige, além de um elenco numeroso e qualificado, um pouco de sorte.