O Paraná Clube dá sinais de reação não apenas dentro das quatro linhas. Após uma série de temporadas “no vermelho”, a diretoria projeta uma fase de realizações, e com as contas em dia. Nesta semana serão quitados débitos com funcionários e jogadores. O montante, não revelado, envolveria não apenas a folha de fevereiro, mas também frações do 13.º salário de 2011 e 2012, ainda não quitadas. A previsão é que a partir do mês que vem, o clube tenha a “saúde financeira” estabilizada para atravessar toda a Série B do Campeonato Brasileiro sem percalços.
Segundo o vice-presidente Paulo César Silva, o Paraná está conseguindo atingir seus objetivos. “O trabalho desta diretoria sempre foi neste sentido. Estamos atingindo um primeiro estágio, mas ainda há muito a fazer”, disse. A diretoria não dá detalhes da engenharia financeira realizada para levantar esses valores. “Na verdade, muito vem de questões internas mesmo”, afirmou o superintendente Celso Bittencourt. “Temos picos de faturamento com os nossos sócios olímpicos e torcedores, e boa parte do dinheiro vem daí”, completou.
Desta forma, o Tricolor está regularizando seus débitos com funcionários sem recorrer a algumas fontes de renda futura, como a questão da Bolsa de Valores (através da Atletas Brasileiros S/A) e do leilão da subsede Tarumã. “Esperamos que esses novos tempos gerem um círculo virtuoso, pois sabemos que o Paraná possui um grande potencial de faturamento”, destacou Paulão. “Temos que saber, agora, administrar esse momento para recolocar o clube na Série A. Esta é, a meu ver, o melhor caminho para assegurar uma completa recuperação econômica”, completou.
Paulo César Silva lembra que, atualmente, o Tricolor trabalha com uma verba de televisão irrisória, diante daquilo que recebem os “calouros” da Primeira Divisão. “Nossa cota é de cerca de 10% daquilo que recebem os novatos da Série A. Já temos uma boa base aí e, com o investimento correto, vamos montar um grupo forte o suficiente para buscar esse acesso”, acredita. Pelas projeções internas, o clube teria que buscar de cinco a sete reforços para a disputa do Brasileiro. “Já estamos debatendo essa questão internamente. Se tudo ocorrer como imaginamos, teremos recursos para qualificar o grupo”, afirmou Paulão.
O Paraná também não precisou, até o momento, se desfazer de percentuais de seus atletas, apesar de que Néverton, Luís Carlos, Alex Alves e Luisinho estarem bem cotados no mercado.