A derrota acachapante de ontem para a Portuguesa, por 6 x 1, vai promover uma “revolução” no Paraná Clube. Não aquela que serviria para recuperar a vida tricolor, mas uma série de mudanças que agitará o clube a partir de hoje. A primeira delas: o técnico Marcelo Oliveira será oficialmente demitido esta tarde, depois de uma reunião da diretoria paranista.

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Após a pior derrota em três anos – superada apenas pelo 6 x 0 para o São Paulo, no Brasileiro de 2007 -, o clima de tensão tomou conta do vestiário dos visitantes do Canindé.

Marcelo Oliveira decidiu não dar entrevistas. Quando o supervisor Rafael Zucon anunciou o fato, cresceu fortemente o rumor de demissão do técnico. Zucon voltou ao vestiário e convenceu-o a falar.

“Mudar técnico é do futebol. Eu acho legítimo sair um treinador. As coisas são assim. Mas vamos ter calma, cabe à diretoria fazer o que ela julga melhor”, disse Oliveira, em nítido tom de despedida.

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Pouco depois, o diretor de futebol César Augusto de Melo admitiu, mesmo dizendo que “não vai tomar decisões”, que Marcelo está fora do clube. “A gente sabe que a bomba sempre estoura do lado do treinador”, comentou o dirigente, que se reúne hoje com o vice Aramis Tissot e o presidente Aquilino Romani para confirmar a troca no comando técnico.

Oliveira não volta com a delegação tricolor – vai direto a Belo Horizonte para votar e encontrar os familiares. Ao mesmo tempo em que Marcelo Oliveira será demitido, Roberto Cavalo deverá ser anunciado. Ele seria o nome da preferência de Aquilino Romani.

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Além da troca no comando, Guto de Melo admitiu que a estrutura do departamento de futebol pode mudar. “Fiquei sabendo que dois paranistas se ofereceram para ajudar. Vamos ver o que eles têm a dizer. Sei apenas da existência destas duas pessoas. Nós vamos conversar amanhã (hoje) sobre este assunto”, disse o diretor de futebol.

Ele poderia até deixar o Tricolor em nome de uma composição que estaria sendo feita com ex-dirigentes e empresários influentes na Vila Capanema. “Se eu precisar sair, saio. Estou aqui para ajudar”, completou.

Um jogador falou pelos companheiros. “Estou muito triste, tô envergonhado. Meu sentimento é de raiva, igual ao do torcedor. Nós temos que mudar, precisamos de apoio, porque precisamos sair desta situação”, desabafou o zagueiro Irineu, que decidiu falar com os repórteres por que “alguém tem que dar a cara para bater”.

Revolta

O diretor César Augusto de Melo não gostou da entrevista de Mário Celso Petraglia ao Paraná Online.O ex-presidente do Atlético disse que o Tricolor “não tem solução”.

“Ele errou mais uma vez. Ele não tem que falar isso. E se ele conseguiu fazer o que fez no Atlético, nós podemos fazer algo semelhante no Paraná”, atirou o cartola. Para Guto de Melo, as declarações de Petraglia podem até ajudar. “Acho que agora vamos ver a mobilização dos grandes paranistas”, afirmou.