O bom momento está estampado nos números e no rosto dos atletas. O Paraná Clube curte a longa invencibilidade, mas com a cautela que o Brasileiro exige. O resultado prático está na sucessão de recordes que o Tricolor vem derrubando sob a batuta do técnico Caio Júnior. Sem ?oba-oba?, o time coleciona seis vitórias seguidas – uma marca histórica para o clube – e atingiu uma série de oito jogos sem derrota. De quebra, este é o melhor desempenho do Paraná em todos os tempos, com aproveitamento superior a 60%.
Em sua 13.ª participação na Série A (desconsiderando 2000, o Brasileirão deu lugar à Copa João Havelange), o Tricolor chegou à marca de 61,53% de aproveitamento após treze rodadas disputadas.
O elenco deste ano superou, assim, o rendimento das equipes de 1997 e 2001, que conquistaram 53,84% dos pontos disputados em igual período. Em 1993, ano de sua estréia na primeira divisão, o Paraná registrou aproveitamento de 57,69%, mas, em 1993, os empates tinham peso maior, já que uma vitória valia apenas dois pontos.
Se o bom momento ainda é visto com desconfiança pela mídia nacional, pouco importa. Pelo menos é o que pensa o técnico Caio Júnior.
?Da mesma forma como já esqueceram que o clube foi o 7.º colocado no ano passado, também imaginam que o bom futebol do nosso time é momentâneo?, disse Caio. ?Por isso, friso sempre que o mérito do Paraná é ainda maior, diante do orçamento restrito com que o clube trabalha devido às cotas de tevê?, lembrou. ?O sonho é a Libertadores, mesmo sabendo que o grupo que briga por esse objetivo é muito grande?.
Para transformar o sonho em realidade, há um longo caminho a percorrer. O que faz Caio evitar projeções e focar a preparação do time jogo a jogo. ?Já garantimos um certo crédito com essas três vitórias após o reinício da competição?, comentou. O treinador estabeleceu uma meta – que é guardada a sete chaves – a ser conquistada até o fim do primeiro turno. Até lá, restam seis jogos, sendo três deles em casa, contra Vasco, Santos e São Caetano. Fora de casa, o Tricolor enfrenta Palmeiras, Internacional e São Paulo.
Para o jogo do próximo, sábado, no Palestra Itália, frente ao Palmeiras, o treinador não contará com Goiano, lesionado, e Cristiano, suspenso. Seus substitutos naturais devem ser Serginho e Leonardo, que voltam ao time após cumprir suspensão. Como faz a cada rodada, Caio analisou os dois últimos jogos do clube paulista ontem à tarde, ao lado do auxiliar-técnico Júlio César de Camargo. A partir de hoje ele começa a montar a estratégia para a partida. ?Será o jogo no qual maior pressão sofreremos. Mas, eles têm mais a perder do que nós?, finalizou.
Joelson liberado pra estrear
Final feliz – para o Paraná Clube – na ?novela? envolvendo o meia-atacante Joelson. Depois de um longo imbróglio judicial (que teve início em janeiro), a CBF finalmente confirmou o registro do atleta. Na maré de vitórias, o Tricolor ?somou pontos? também nos bastidores. O Ituano tentou de todas as formas impedir a transferência, mas, através de uma liminar, o advogado Augusto Mafuz conseguiu o rompimento do vínculo contratual com o clube paulista.
Joelson ainda não jogou nessa temporada. Seu último clube foi o Al-Hilal, da Arábia Saudita, onde atuou até dezembro do ano passado. ?Falta ritmo, mas sobra vontade. É só o treinador me relacionar que vou pro jogo?, disse Joelson, animado com a possibilidade de estrear com a camisa tricolor já no próximo sábado, frente ao Palmeiras. Com duas semanas de muito treinamento, o jogador perdeu peso e agora só precisa ganhar ritmo de jogo.
?Será um atleta importante. Ganhamos ainda mais qualidade?, disse Caio Júnior. Além de Joelson, o treinador pode ter como opções -possivelmente no banco de reservas – o volante Pierre e o atacante Sandro, que devem ser liberados pelo departamento médico. ?Tenho frisado que para uma boa campanha é preciso ter elenco?, disse Caio Júnior. Joelson e Pierre foram os únicos reforços trazidos pelo Paraná durante o recesso do Brasileirão e somente agora devem estrear. (IC)