O Paraná Clube não jogou bem? Certamente não jogou. Sofreu pressão? Sim. Poderia ter perdido? Sim. Mas ganhou. E, na Série B, é o que importa. Em uma noite gelada, o Tricolor venceu o Juventude por 1×0, ontem, no Alfredo Jaconi. Um resultado importantíssimo, que aumenta a esperança da torcida na volta para a primeira divisão.

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Na fria Caxias do Sul, o Paraná não contou com seu jogador mais regular – o capitão Dirley, que é vinculado ao Juventude, estava fora por questões contratuais.

Aderaldo foi seu substituto. A entrada do zagueirão preocupava, mas não tanto quanto a escalação de Wagner Tardelli para arbitrar a partida, pouco mais de um ano depois da trágica atuação do juiz na eliminação tricolor na Copa do Brasil, para o Internacional.

Quando a bola rolou, o termômetro marcava 1ºC, isso mesmo. Bem mais frio do que em Curitiba, onde já estava frio o suficiente. E depois de dez minutos de bom futebol, o Paraná “congelou”, e virou alvo de uma pressão há muito não vista.

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Foram pelo menos trinta minutos de Juventude no campo tricolor, com pelo menos três chances incríveis do centroavante Jandson, todas parando nas boas intervenções de Ney.

E não era um time sensacional o Ju. Os donos da casa mostravam aquele jogo manjado, de uns pelo menos dez anos – toques curtos, o velho (36 anos) Lauro tomando conta do meio-campo, dois armadores pelo lado do campo e um jogador de referência na frente.

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E, errando muitos passes e falhando na marcação, o Tricolor ficou encaixotado. Sem ter para onde sair, a equipe não conseguia sequer cruzar a linha divisória.

Preocupado, Zetti sacou Wando e colocou mais um volante, Edimar. E era a única coisa a fazer, pois o Paraná precisava acertar o meio se quisesse ao menos empatar o jogo – imagine então vencer. “O Zetti vai tentar consertar o time para a gente ganhar”, resumiu o meia Bebeto. “Vamos acertar”, prometeu o zagueiro Freire.

Após um reconstituinte escalda-pés no intervalo (“Usamos o balde para esquentar os pés dos jogadores”, contou o preparador físico Rodrigo Rezende), o Paraná voltou mais atento. Mesmo assim, o Juventude seguia tendo o controle tático do jogo.

Para tentar equilibrar as ações, o técnico tricolor mandou Dinelson para o campo, tirando Bebeto. O meia sofreu com a marcação, mas sua simples entrada serviu como motivação para os visitantes, que passaram a avançar mais.

E no primeiro arremate certo para o gol, o Tricolor abriu o placar. Aos 19 minutos, Adoniran resolveu arriscar de muito longe, e acertou o canto. Prêmio para um dos destaques do jogo.

O técnico do Ju, Zé Teodoro, que já fizera besteiras nas alterações, botou seu time mais à frente. Mas, melhor postado, o Paraná já não permitia pressão como no primeiro tempo. E, assim, conseguiu administrar o jogo e conquistar três preciosos pontos. Não foi brilhante, mas foi eficiente. E é isso que importa.