Teve gosto de um tétrico rito de passagem. De um lado, o “emergente” Atlético-GO, um time montado há três anos, entrosado e tranquilo dentro e fora de campo, e subindo gradativamente os degraus para a primeira divisão.
De outro lado, o “decadente” Paraná Clube, com novo técnico, um bando de jogadores e uma estrutura viciada dentro e fora de campo. O resultado não poderia ser outro: vitória do Atlético por 5×0, ontem, no Serra Dourada, em Goiânia. O resultado recolocou o Tricolor na zona de rebaixamento da Série B.
Era uma nova largada. Nove jogos com Zetti, muitos fracassos e o técnico foi demitido. Sérgio Soares chegou com forte apoio interno e externo, surpreendeu durante a semana com um estilo duro e controlador e levava o Tricolor a Goiânia garantindo que o time seria corajoso, mesmo atuando no Serra Dourada e apesar da equipe iniciar a partida com três volantes, Edimar, João Paulo e Kleber. “Pelo que vi do Atlético, é a melhor formação para o jogo”, explicou o treinador.
Mas não há nem como dizer se o esquema era certo ou não -ou era justamente o contrário, o pior possível para o jogo. “Nós tomamos gols com muita facilidade. Os caras não se esforçam nada para fazer gols na gente. Parece que falta determinação”, atirou Sérgio Soares no intervalo.
A reação dele era por conta do primeiro tempo trágico. Aos quatro minutos, bola na área, Aderaldo sai do lance, Murilo Ceará não pula e Juninho toca de bate-pronto para abrir o placar.
O Atlético-GO não precisou mesmo fazer força. Aos 16, Murilo Ceará foi vencido por Juninho, que cruzou para Róbston. Ele tirou Aderaldo para dançar e mandou um chute colocado.
Se já estava ruim, poderia piorar. E só faltava, para ficar igual aos vexames do ano passado, um gol de goleiro. Desta vez, de falta, cobrada por Márcio aos 26 minutos. “Demos mole na marcação”, resumiu o capitão Dirley.
Desesperado, SS já tinha feito duas alterações na primeira etapa tirou o péssimo Murilo Ceará para colocar Marcelo Toscano e o estreante Gabriel ocupou a vaga do lesionado Aderaldo. “Levamos um baita xingão (sic) do nosso comandante”, disse Gabriel.
O segundo tempo podia, acreditem, ser até pior. Mas, com o resultado consolidado, o Atlético administrou, e fez “só” mais dois, aos 18 e 34 minutos, ambos com Elias.
Cinco a zero para os donos da casa, uma das piores derrotas da história do Paraná Clube. Davi, que entrou no lugar de Bebeto, foi o único que se salvou do desastre. O que espera o torcedor na terça, contra o Ipatinga? Novo vexame?