Em seu segundo dia de funcionamento, em Brasília, o Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJDAD) suspendeu nesta quarta-feira três atletas da canoagem. O nome e o sexo deles, contudo, não foram revelados devido ao sigilo do processo. Todos estavam suspensos preventivamente desde a notificação do resultado analítico adverso.

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O caso mais grave ocorreu com o atleta suspenso por quatro anos pelo uso do anabolizante estanozonol. Ele foi julgado pela 2.ª Câmara, com Luciano Hostins como presidente e Eduardo De Rose e Luiza Parente como auditores.

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Essa era a mesma substância encontrada no primeiro julgamento da história do tribunal, feito na última terça-feira, que resultou na punição de um judoca por três anos e meio. O canoísta não confessou o doping, contudo, e sua suspensão foi maior.

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“Pela primeira vez na história desse tribunal foi aplicada uma punição de quatro anos. Ao contrário do que ocorreu no caso do judô, quando o atleta foi punido por uso de estanozonol com três anos e meio, dessa vez não houve confissão e, por isso, esse atenuante não foi aplicado e ele acabou punido com a pena máxima”, explicou Luciano Hostins, que também é presidente do TJDAD.

Outros dois atletas foram julgados pela 3.ª Câmara, presidida por Fernanda Bini. Eles foram flagrados pelo uso de Isometepteno, um dos princípios ativos da Neosaldina, analgésico usado para dores de cabeça. Um deles recebeu seis meses de punição, enquanto que o outro foi suspenso por nove meses.

“As situações dos dois casos eram diferentes nos autos dos processos. O atleta punido com 9 meses tinha uma certa experiência em competições e entendemos que ele teria de ter conhecimento sobre o que determina o código da Wada (Agência Mundial Antidoping, na sigla em inglês). Já o outro é um atleta com perfil mais amador e isso levou a uma pena menor”, explicou Fernanda Bini.

O TJDAD foi criado por exigência da Wada, que determinava um tribunal nacional único para julgar os casos de doping. Antes, eles eram avaliados pelos Tribunais de Justiça Desportiva das confederações brasileiras.

O novo tribunal já recebeu 30 casos. Além dos quatro desta semana, outros seis serão julgados em setembro. Do total, 14 são do futebol, a maioria por uso de substâncias encontradas em anti-inflamatórios.