É sempre possível fazer com que o futebol paranaense fique mais zoneado. A terça-feira, 29 de janeiro de 2019, entra para a história como uma das datas mais tristes que se tem notícia, com uma guerra de bastidores que ameaçou o clássico Atletiba deata quarta-feira (30), às 21h30, na Arena da Baixada. Diante do silêncio do Athletico, ainda não se sabe de que forma vai acontecer o maior clássico do Estado. Caberá a Federação Paranaense de Futebol (FPF) decidir se será com portões fechados, se o Joaquim Américo será interditado ou se o Coxa vencerá por WO.
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O despacho do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJDPR) saiu no final da tarde desta terça-feira (29), quando o presidente da entidade, Adelson Batista de Souza, decretou que o Athletico teria até às 21h para colocar os ingressos à venda para a torcida do Coritiba. Como não houve resposta do Furacão, ficou definido que a Federação Paranaense de Futebol tem até às 13h30 desta quarta para tomar uma providência sobre o caso para que o TJDPR possa fazer as devidas deliberações.
Foi o ápice de um dia todo tumultuado, que começou com a decisão liminar do TJDPR que obrigava o Rubro-Negro a vender ingressos, ceder um espaço delimitado na Baixada e permitir que os torcedores do Coritiba entrassem com a camisa do time no estádio. Foi um pedido do Coxa, que teve o apoio da Procuradoria do tribunal, que já tinha obtido uma decisão semelhante na estreia do Athletico, contra o Cascavel.
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Mas desta vez houve reação. Em entrevista à Rádio Banda B, na noite da última segunda-feira, o presidente do Coritiba, Samir Namur, já tinha negado a proposta do Ministério Público do Paraná e que foi abraçada pelo Athletico desde o ano passado. “O nosso posicionamento é contrário à questão de torcida única e também à ausência de um setor específico para o adversário. É uma violência absurda impedir o torcedor adversário de ingressar no estádio com a camisa dele”, disse o presidente.
Enquanto o Athletico seguia em silêncio, os órgãos de segurança estavam perdidos. Não sabiam qual seria a definição do clássico, não sabiam se haveria duas torcidas, não sabiam qual seria a movimentação no entorno do estádio. A intenção era de fazer um esquema semelhante aos clássicos passados, mas nos bastidores se buscava um esclarecimento. Só que ninguém podia ajudar.
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Ao meio-dia, venceu o primeiro prazo dado ao Furacão. Nada aconteceu. Pelo contrário: através de seu site oficial, a diretoria atleticana divulgou uma nota, mas ela era assinada pelo MP-PR, e não pelo clube. No texto, havia críticas à ação do TJDPR e defesa expressa do projeto de “torcida humana”, que passou a ser uma política rubro-negra. No final do texto, o Ministério Público também disse que abriria uma investigação sobre possíveis desvios de “princípios de impessoalidade, moralidade e independência, dentre outros”.
A resposta veio rápida. Adelson Batista de Souza intimou o presidente do Athletico, Luiz Sallim Emed, para dar explicações e pediu à Federação que se posicionasse. Deixou abertas as possibilidades: jogo com portões fechados, interdição da Arena e remarcação do jogo ou WO favorável ao Coritiba. Dentro do Tribunal, havia a tendência de se decidir pelo clássico sem torcedores.
E justamente eles são os grandes prejudicados. Por conta de uma batalha de bastidores com mais interesses comerciais do que “humanos” – para usar o termo da moda -, atleticanos e coxas-brancas passaram o dia sem sequer saber se o clássico iria ocorrer, quanto mais se poderiam ir ao estádio. E chegam ao dia da partida mais tradicional do futebol paranaense sem garantia de nada. Não há campeonato que resista à tanta confusão.
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