O técnico Caio Júnior terá três semanas para ajustar o “novo” time do Paraná Clube, que estréia no campeonato paranaense jogando fora de casa, frente ao Roma, no dia 26 de janeiro. A base do elenco foi mantida – contando ainda com a ascensão de mais sete juniores para o grupo principal – e três reforços contratados. A comissão técnica busca formar uma equipe coesa, aliando a juventude dos pratas-da-casa com a experiência de atletas como Dauri (campeão brasileiro pelo Botafogo, em 1995). Além do meia catarinense, o Tricolor trouxe Hadson do Clube do Remo e está bem perto de um acerto com Marquinhos para qualificar o setor de criação.
Esta foi uma faz carências evidenciadas ao longo do Brasileirão que a diretoria procurou corrigir. O setor defensivo foi ajustado ainda no decorrer da competição, com as chegadas de Weligton e Roberto. Para 2003, outro reforço significativo para a zaga é o retorno de Ageu, após a frustrada passagem pela Portuguesa. Com um orçamento limitado – e ainda sem conhecer sua real cota de televisão – o Paraná vai apostar num grupo sem “estrelas”, mas com identidade. Essa vem sendo a diretriz do clube nas últimas temporadas. “Esta ligação do jogador com o clube é muito interessante. Aqui, temos provas diárias de que não se pratica futebol apenas por dinheiro”, destaca Caio Júnior.
O treinador ainda não decidiu qual será o esquema tático adotado para 2003. Durante a temporada atual, o Tricolor variou seguidamente o posicionamento aplicado nas diversas competições que disputou. Caio vai decidir entre a segurança defensiva do 3-5-2 e a força ofensiva do 4-4-2. “O ideal é encontrarmos um meio-termo”, analisa o técnico paranista. Material humano para isso ele dispõe. O atual elenco conta com seis zagueiros, sendo que Roberto mostrou ter o perfil ideal para realizar a função de líbero (ou zagueiro da sobra). Porém, se a volta de Marquinhos se confirmar, Caio teria uma dupla eficiente na armação das jogadas. Para contar com Marquinhos e Dauri jogando lado a lado, ou Caio abre mão de um dos zagueiros ou de um dos atacantes.
A idéia inicial da comissão técnica é formar uma dupla ofensiva com Waldir e Flávio. Eles substituiriam Maurílio e Márcio, negociados após o término do campeonato brasileiro (onde marcaram 26 gols). Waldir subiu recentemente das categorias de base, mas só teve atuações eficazes quando entrou no decorrer dos jogos. “Chegou a hora de mudar esta história. Quero ser titular e só vou conseguir isso tendo bons rendimentos em noventa minutos de bola rolando”, reconhece. A camisa 9 será novamente de Flávio. O atacante promete não decepcionar e provar que o bom futebol apresentado em 2000 não é coisa do passado.
Flávio ganhou, há pouco mais de dois anos, uma disputa direta com Márcio. Foi o centroavante titular na campanha do título do Módulo Amarelo da Copa João Havelange. Depois disso, foi negociado com o Vitória. Não se deu bem na Bahia e quando voltou passou por duas cirurgias de púbis. “2002 foi um ano muito difícil. Sei que agora é a minha vez e não vou decepcionar”, assegurou. O primeiro teste da nova equipe será somente no dia 15 de janeiro, num amistoso contra o Karpaty, da Ucrânia. Antes disso, dia 11, o Tricolor realiza jogo-treino frente ao Malutrom, no Pinheirão.