O Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Atletismo (STJD) da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) decidiu suspender por toda a vida o técnico Ronaldo Quirino de Moraes, que foi acusado pelos atletas Sueli Pereira da Silva e Ronald Moraes, ambos ex-Cruzeiro, de aplicar neles a substância proibida eritropoeitina, mais conhecida como EPO.
Sueli e Ronald são, respectivamente, esposa e filho do treinador. Ambos confirmaram, em depoimento no STJD, que era Ronaldo quem injetava a substância. Ronaldo não recorreu, ficando suspenso de forma vitalícia. A CBAt também cancelou de forma imediata o registro dele como treinador.
Sueli estaria na Olimpíada se não tivesse sido flagrada em exame antidoping após ser a melhor brasileira da última edição da Corrida Internacional de São Silvestre. Julgada pelo STJD em março, ela recebeu quatro anos de suspensão.
Como só poderá voltar a competir em fevereiro de 2020, Sueli, de 39 anos, praticamente encerra sua carreira esportiva. Ela só voltará a ficar apta a competir de novo em janeiro de 2020, já perto do fim do período de classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio.
Na São Silvestre, Sueli, competindo pelo Cruzeiro, completou a prova em quarto lugar, fazendo jus a uma premiação de R$ 18 mil, que ela foi condenada a devolver. Onze dias depois, em 10 de janeiro, voltou a ser flagrada em exame antidoping, desta vez na tradicional Corrida de Reis. Em Cuiabá, ela também foi a melhor brasileira, em terceiro.
Na Corrida de Reis, caiu no doping junto com o filho dela, Ronald Moraes. Os dois treinavam juntos em Jataí (GO) sob o comando de Ronaldo. O filho deles também foi suspenso por quatro anos pelo STJD do atletismo.
Ronald, curiosamente, era atleta do Cruzeiro até o fim de dezembro, tendo sido sumariamente demitido pelo clube mineiro antes da São Silvestre. Sem dinheiro, não correu em São Paulo. Na Corrida de Reis, dopado, ficou em nono.