Pode ser coincidência, mas a maioria dos campeões do Torneio de Verão de Ciclismo, um dos mais tradicionais do País e que está sendo disputado até domingo, na Baixada Santista, se destacaram a partir das conquistas dos títulos nesta disputa. Os principais exemplos são os cinco atletas que hoje competem no exterior, o paranaense Luciano Pagliarini, vencedor em 2000, o catarinense Murilo Fischer, o melhor em 2001, e as goianas Janildes (nº 1 em 99 e 2001), Clemilda (em 2003) e Uênia Fernandes (em 2002) -as duas primeiras irmãs e a última prima. Depois de faturarem o 1.º lugar na competição, iniciaram suas carreiras na Europa.
O atual bicampeão do evento, o cearense Antonio Nascimento, o Tonho, da equipe Memorial-Santos, é outro bom exemplo. Apareceu no cenário nacional ao ser campeão em 2002 e depois do bi, no ano passado, teve uma ascensão meteórica, sendo o campeão de duas das principais competições de estrada no País, as Voltas de Santa Catarina e do Estado de São Paulo. “É como um pé de coelho. Dá sorte”, comenta Tonho, hoje o 2.º melhor brasileiro no ranking mundial (atrás de Pagliarini).
O técnico da equipe Memorial e por vários anos o organizador do Torneio, Cláudio Diegues, confirma a fama de sorte no evento. “Podem até dizer que é coincidência, mas o fato é que eles ganharam aqui e se destacaram lá fora.”
Ele lembra que o início da fama pode ser atribuído ao goiano Wanderley Magalhães, precursor do êxodo brasileiro para a Europa. “Tudo isso começou com ele, que foi campeão da 1.ª edição do Torneio e foi como profissional em 92, na Bélgica, pela equipe Lotto”, recorda Diegues.