A reclamação da torcida do Coritiba com o fato de o clube ter emprestado o Couto Pereira para o Paraná Clube poder levar um público maior à sua última partida na Série B reacendeu uma velha polêmica envolvendo o Trio de Ferro. Como em qualquer rivalidade, resultados em campo à parte, ter uma média de público maior, mostrar que é mais vibrante e que incentiva mais seu time em campo é sempre uma vitória em relação aos concorrentes.
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Na verdade, este ‘duelo’ já vem aumentando há alguns meses. E tudo por conta da boa fase do Tricolor, que provocou o Atlético ao lançar a campanha #40milnaBaixada, quando bateu o recorde da Arena na vitória por 1×0 sobre o Internacional, no dia 3 de outubro, e também chamou a atenção por bonitas festas nos jogos na Vila Capanema, e, principalmente, na recepção da delegação no aeroporto no último domingo, quando uma enorme caravana seguiu até o Durival Britto e Silva.
Isto, de certa forma, provocou uma reação em atleticanos e coxas-brancas. Mas de formas diferentes. Nos últimos jogos, contra Avaí, Ponte Preta e Flamengo, o Alviverde teve uma comoção no Couto Pereira, com torcedores esperando o ônibus da delegação e luzes e fumaças na arquibancada na hora de o time entrar em campo. Sem falar na melhora da média de público, que teve mais de 53 mil pessoas no total nestas três partidas.
Já do lado rubro-negro, a revolta foi o caminho encontrado, justamente depois de o Paraná Clube ter lotado o Joaquim Américo. De lá pra cá, em quase todos os jogos a torcida do Furacão optou por protestar do lado de fora do estádio, na praça Afonso Botelho, com direito a telão, bandeiras, bateria e tudo mais. Uma festa para incentivar a equipe, mas de longe. O objetivo era mostrar para a diretoria a importância do torcedor. Com esta medida, a média de público da Arena acabou caindo, chegando a ter apenas 5.864 torcedores no empate em 2×2 com o Atlético-GO e de setembro para cá, apenas na derrota por 1×0 para o Corinthians o público foi superior a dez mim (18.062).
Comparações
Em números brutos, o Atlético é quem tem a melhor média entre o Trio de Ferro, com 14.395 pessoas por jogo, o 10º melhor do Brasil em 2017. O Coritiba é o 17º, com 11.762, e o Paraná Clube vem em 25º, com 7.914, mas com o melhor público paranaense do ano – 39.414. Porém, se levarmos em consideração a ocupação do estádio, o Tricolor é o primeiro dos três, com 42% da capacidade utilizada, o oitavo melhor em todo o país, atrás só de Corinthians e Palmeiras (72%), Atlético-MG (56%), Santos (55%), São Paulo (52%), Flamengo (49%) e CSA (46%). Um número que pode aumentar se os cerca de 30 mil ingressos pro jogo contra o Boa Esporte, no Couto, forem vendidos.
Neste quesito, o Furacão ocupou apenas 37% da Arena, enquanto o Coxa é ainda pior, com 29% dos lugares do Couto Pereira utilizados. O Alto da Glória, inclusive, é a bola da vez nesta ‘briga’ entre rivais. A expectativa é de casa cheia tanto de paranistas, no sábado, quanto de coxas-brancas, no domingo. Mas a provocação, neste ponto, vale muito e aí os jogadores do Alviverde não perderam tempo sobre quem vai fazer a maior festa.
“Com certeza a torcida do Coxa. Sabemos que a nossa torcida é apaixonada. Apoia nos momentos bons e ruins e com certeza desta vez não vai ser diferente”, disse o volante Jonas
“Eu fico alegre de ter mais um clube do Paraná na primeira divisão. É gratificante o Estado ter três equipes na Série A. Eu parabenizo o Paraná Clube, que eles façam a festa deles, mas a nossa vai ser mais bonita domingo”, acrescentou o zagueiro Cléber Reis.
Uma disputa sadia e que quem tem a ganhar é o futebol paranaense, que pode ter três times disputando uma mesma competição em 2018, contra os mesmos adversários, dentro e fora dos gramados.