A mesma torcida que brilhou ao encher estádios e dar diversas demonstrações de amor a seu clube teve a imagem arranhada por um conflito envolvendo um pequeno grupo, domingo, em Florianópolis. As cenas do quebra-pau entre membros da Império Alviverde e da Gaviões Alvinegros, principal organizada do Figueirense, ganharam o Brasil e expuseram as falhas do poder público em conter guerras entre grupos de torcedores.
Dois coxas-brancas permaneciam presos até o início da noite de ontem. Segundo o delegado Pedro Fernandes, da 3.ª Delegacia de Polícia de Florianópolis, os torcedores Fernando dos Santos Pereira, 27 anos, e Alex Alessandro da Silva Santos, 26, foram autuados em flagrante por dano qualificado. Eles teriam participado da destruição de veículos estacionados em frente à sede da Gaviões Alvinegros no bairro Estreito, perto do Estádio Orlando Scarpelli. Mas em entrevista ao Diário Catarinense, ambos negaram participação na briga. Nenhum deles tinha passagem na polícia.
O delegado disse que não teve acesso aos autos do inquérito, feito pela equipe de plantão na Central de Polícia de Florianópolis. Por isso não soube dizer porque apenas Alex e Fernando foram presos. Mas afirmou que os veículos danificados na briga já foram periciados e os laudos serão remetidos à Justiça assim que ficarem prontos. Os torcedores tiveram fiança arbitrada em R$ 4,5 mil e permanecerão detidos até determinação judicial em contrário.
O conflito envolveu cerca de 200 torcedores alviverdes que foram para Florianópolis em quatro ônibus contratados pela Império. A polícia catarinense obteve imagens que mostram membros da organizada do Figueira arremessando objetos contra um dos ônibus em movimento. Os coxas-brancas desceram e deram início ao confronto, em frente à sede da torcida rival.
O tumulto teve grande repercussão em Floripa. O Ministério Público de Santa Catarina declarou ontem que entrará com ação pedindo a extinção da Gaviões Alvinegros se ficar provado que o grupo iniciou a briga com a Império. As organizadas catarinenses já estavam na marca do pênalti desde que um torcedor do Criciúma perdeu a mão pela explosão de uma bomba lançada pela torcida do Avaí, num jogo do Catarinense-2008.