Fabiano, gaúcho, aposta na galera |
Na teoria, o Atlético estaria jogando fora de casa amanhã, quando enfrenta o Grêmio no Estádio Colosso da Lagoa, em Erechim. Entretanto, o campo que inicialmente seria considerado neutro, já que o tricolor perdeu o mando de jogo no STJD, poderá ser considerado atleticano.
A escolha do estádio na cidade do Noroeste do Rio Grande do Sul não poderia ter sido melhor. Segundo o zagueiro Fabiano, que é da mesma região, os torcedores do Internacional – arqui-rival do Grêmio – dominam a área. "Os gremistas estão mais concentrados na capital, Porto Alegre. No interior, os colorados são a maioria", diz o gaúcho. Pelo menos na sua família, a turma é chegada nas cores vermelha e branca.
E o que tem isso a ver com o Atlético? Tudo. Uma vitória do Furacão no domingo sepulta definitivamente as esperanças do tricolor de se salvar da Segundona. Justamente por isso, a expectativa é de que colorados se unam à torcida atleticana para empurrar o Furacão. "Certamente, termos mais apoio que eles. Mesmo porque os torcedores do Grêmio estão desanimados", acredita Fabiano.
Entretanto, mesmo que os colorados não sejam muitos, os jogadores do rubro-negro podem ficar tranqüilos, pois o apoio da massa atleticana será maciço. Segundo Maurício de Paula, da torcida organizada Os Fanáticos, cerca de quinze ônibus vão a Erechim, fora torcedores que vão alugar vans ou viajarão em carros particulares. "A Fanáticos fechou três ônibus, mas temos informações de excursões de outros locais, como Contenda, Campo Largo, São Mateus do Sul, Pato Branco e outras. Certamente, a cidade vai ficar vermelha e preta", diz animado. Na bagagem, a Fanáticos vai levar a bateria, piscas, balões e muitas faixas. "No total, em Campinas, contra a Ponte, deveriam haver uns 800 atleticanos. Em Erechim, vai ter muito mais, mesmo que a grande maioria da torcida esteja guardando dinheiro para ir ao Rio de Janeiro contra o Vasco, no dia 12. Esse pode ser o jogo do título", conclui.
O apoio da galera deixa os jogadores ainda mais motivados para a partida contra o tricolor. "A galera empurrando é um gás a mais para a gente. Jogar com a corrente da nossa torcida é maravilhoso", diz o meia Jádson, um dos mais queridos da galera. Para ele, o fato de ter a torcida a favor pode deixar o adversário ainda mais nervoso. "Eles estão pressionados. Com a galera nos incentivando, eles podem ficar com os nervos à flor da pele."
Atlético vai tentar tirar vantagem do desespero
No futebol, tudo é muito relativo. No jogo de amanhã contra o Grêmio, às 18h, no Colosso da Lagoa, o Atlético vive uma situação curiosa. Na teoria, poderia comemorar o fato de enfrentar uma equipe praticamente rebaixada – o que é uma prova da incompetência do grupo tricolor. Entretanto, por outro lado, o desespero para evitar a queda à segunda divisão está encarado como algo muito perigoso.
"Não há como negar que um time desesperado tira forças de onde não tem para se salvar. O jogo entre Guarani e Palmeiras, na última rodada, é uma prova disso", lembra o zagueiro Rogério Correia. O Palmeiras, mesmo brigando pelo título, sucumbiu diante do quase rebaixado Bugre, sendo a grande surpresa da rodada, referindo-se à derrota do alviverde na última rodada. "Isso serve de alerta."
O lateral-direito Fernandinho cai numa frase feita para definir a periculosidade do compromisso. "Não existe jogo fácil, pelo menos enquanto os times ainda estão brigando. Temos que entrar com o olho vivo." Mais que isso, Fernandinho acredita que mais do que qualquer outro compromisso, o Grêmio vai vir com tudo contra o líder do campeonato. "Uma vitória contra o líder daria um gás a mais na reta final. Mas não vamos deixar eles beliscarem."
O atacante Denis Marques, que já viveu a experiência de lutar contra o rebaixamento no primeiro ano de profissional, vestindo a camisa do Mogi Mirim, sabe bem como funciona. "As forças se renovam. Nenhum jogador quer manchar a carreira com um rebaixamento e, na hora do desespero, a motivação cresce", diz.
Jogadores não querem repetir "desastre" Guarani
O Atlético vive uma situação curiosa. Na teoria, poderia comemorar o fato de enfrentar uma equipe praticamente rebaixada. Por outro lado, o desespero para evitar a queda à segunda divisão está sendo encarado como algo muito perigoso.
"Não há como negar que um time desesperado tira forças de onde não tem para se salvar. O jogo entre Guarani e Palmeiras, na última rodada, é uma prova disso", lembra o zagueiro Rogério Correia. O Palmeiras, mesmo brigando pelo título, sucumbiu diante do quase rebaixado Bugre. "Isso serve de alerta".
O lateral-direito Fernandinho cai numa frase feita para definir o perigo. "Não existe jogo fácil, pelo menos enquanto os times ainda estão brigando. Temos que entrar com o olho vivo". Mais que isso, Fernandinho afirmou que o Grêmio vai vir com tudo contra o líder do campeonato. "Uma vitória contra o líder daria um gás a mais na reta final. Mas não vamos deixar eles beliscarem."
Vantagens
Por outro lado, o desespero pode ser vantajoso. Sem outra opção, o Grêmio terá de partir para cima do adversário. "Isso é positivo porque se encaixa no nosso estilo de jogo. Vamos marcar bem no meio e em qualquer bobeada, partimos no contra-ataque", diz Jádson. Jogar no erro do adversário parece mesmo ser a opção ideal para bater o Tricolor e manter a liderança no Brasileirão. "Se marcamos forte, roubamos a bola. Saindo na velocidade, que é nossa principal característica, faremos a nossa parte", conclui o zagueiro Rogério Correia.
Clube é absolvido e mantém mando
A paz voltou a reinar no Atlético. Após uma semana conturbada nos bastidores, onde o departamento jurídico rubro-negro teve muito trabalho, a torcida atleticana pode dormir tranqüila. A Arena está liberada para os jogos contra o São Caetano, no dia 5, e contra o Botafogo, no dia 19 de dezembro.
O julgamento do processo referente ao jogo contra o Criciúma, quando um copo foi encontrado dentro do gramado, aconteceu ontem à tarde e o Furacão foi absolvido por unanimidade pela turma da 4.ª Comissão Disciplinar.
Diferente do que era previsto, o julgamento durou pouco tempo. A base de defesa do clube foi feita a partir da súmula do árbitro Wágner Tardelli de Azevedo, que inclusive foi convocado como testemunha. "Na verdade, recebi o convite e me prontifiquei. Entretanto, não precisei falar, já que os auditores levaram em conta o que eu havia escrito na súmula", disse Tardelli.
No documento, o árbitro relatou que não viu o copo plástico vazio ser arremessado no gramado. Nem ele nem seus assistentes. O objeto apenas foi entregue a ele pelo goleiro Roberto, do Criciúma.
O fato de o clube ter detido os supostos autores do arremesso e ter feito um termo circunstanciado da detenção, fez com que os auditores classificassem o procedimento do clube como correto. "No julgamento do recurso do caso com o Galo, os auditores já haviam elogiado a estrutura do clube e as medidas de segurança. Hoje (ontem), eles repetiram", finalizou Malucelli.