Torcida contra Roger Federer

São Paulo – Número 1 do mundo, Roger Federer vai enfrentar o surpreendente cipriota Marcos Baghdatis e sua torcida, pelo título do Aberto da Austrália de 2006, amanhã, a partir das 6h30 (com ESPN Internacional). Será uma experiência inédita para o suíço, sempre simpático e uma unanimidade. Nem mesmo quando enfrentou o ídolo Andre Agassi, em Nova York, pelo troféu do US Open do ano passado, teve pela frente um desafio semelhante. Afinal, o clima esperado para a Rod Laver Arena é de um estádio de futebol, com a grande colônia grega em Melbourne, adotando Baghdatis como um dos seus.

?Estou ansioso por enfrentar Baghdatis?, disse Federer, depois de ter garantido um lugar na final ao derrotar o alemão Nicolas Kiefer, por 6/3, 5/7, 6/0 e 6/2, num jogo em que esteve com a quase totalidade do público, que não hesitou em vaiar o vilão Kiefer e suas constantes reclamações aos juizes. ?Não esperava que ele (Baghdatis) tivesse bons resultados tão cedo. Tinha visto outros jovens talentos que acreditava que apareciam antes dele. Mas nesse torneio, Marcos me mostrou que eu estava errado.?

Federer está em busca do 7.º título de Grand Slam e o 35.º de sua gloriosa carreira. É o favorito, está jogando um tênis de alto nível, mas o próprio suíço advertiu que numa final, num jogo de esperado clima ruidoso e festivo, há outros ingredientes importantes e decisivos. ?Tenho de dificultar as coisas para ele (Baghdatis) e vamos ver se o nível do meu tênis será o suficiente.?

Baghdatis já perdeu três vezes para Federer, mas leva as cores da torcida e a esperança de centenas de milhares de imigrantes gregos em Melbourne, atraídos pela intimidade do idioma (o grego é lingua oficial do Chipre) e pela amistosidade histórica. No Chipre, uma república independente no Mar Mediterrâneo, a campanha de um de seus filhos em Melbourne é histórica e merece comemoração ruidosa.

Em seu último jogo, diante do argentino David Nalbandian, o prefeito da capital Nicosia, Michael Zambolas, decretou feriado para todos poderem assistir à partida. Para amanhã, espera-se uma multidão à frente de um telão em praça pública para acompanhar o jogo.

?Não atendo nem telefone?, contou Baghdatis, um dia depois de ter garantido vaga na final do Grand Slam. ?O torneio não terminou e o meu sonho ainda pode se concretizar. O melhor a fazer é me manter focado, sem entrar no clima de festa.?

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