Torcida barrada no treino da seleção

Hamamatsu (AE) – Uma cena tão típica brasileira quanto rara entre os japoneses se transformou no principal assunto no último dia de treinos da seleção brasileira antes da partida contra a Inglaterra. Atraídos pela presença da equipe, cerca de 200 torcedores, entre japoneses e brasileiros que residem na pacata região de Hamamatsu, protagonizaram uma confusão no portão de entrada do Honda Stadium, local designado pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) para a realização dos treinamentos do Brasil.

Diante dos insistentes pedidos para entrar e assistir à movimentação do time, a torcida conseguiu que dirigentes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) autorizassem o acesso à área interna. Nem mesmo re-presentantes da Fifa se opuseram à decisão. No entanto, integrantes do Comitê Organizador, destacados para cuidar da segurança do local, impediram a medida sem querer dar maiores explicações. Segundo alguns policiais que estavam trabalhando no local e se mostraram atônitos com esse tipo de acontecimento, o veto se deveu à ausência de uma notificação prévia de que o público seria admitido nas dependências do Honda Stadium. Assim, o esquema de policiamento não estaria preparado para a nova situação.

Inconformados em ter de ficar do lado de fora, os torcedores brasileiros protestaram, aos gritos, contra o isolamento. “Abre o portão!” e “ô seleção, cadê você, eu vim aqui só para te ver” eram os coros mais entoados. Mas não demorou muito para que a movimentação passasse a deixar de lado o aspecto esportivo para entrar no social.

“Preconceito, preconceito!” gritavam os mais exaltados. “É um absurdo o que essa polícia japonesa faz com os brasileiros”, lamentava o jogador de futebol Claudemir Fortunato, no Japão há um ano e meio. “Só queremos entrar aqui para mostrar para o japoneses como jogar futebol. É tão difícil termos a oportunidade de ver a seleção brasileira por aqui e quando isso acontece ainda nos tratam dessa forma.”

Alívio

A alternativa encontrada pela CBF para atenuar o problema foi liberar alguns jogadores para ir até o portão. Juninho Paulista, Ricardinho, Kaká, Belletti, Gilberto Silva e Edílson foram os escolhidos. Lá, deram autógrafos, tiraram fotos e, principalmente, acalmaram as pessoas.

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