Pode preparar o coração e os livros de história. Quando Atlético e Coritiba se encontram em uma decisão, ninguém tem dúvidas. É hora de fortes emoções e de jogadas, polêmicas e gols que ficarão para sempre na lembrança de todos os fãs do futebol paranaense.
No domingo, a dupla Atletiba começa a escrever mais um capítulo da maior rivalidade do estado. Hora de apostas, provocações e também de recordar momentos que não saem da memória de torcedores, como o engenheiro químico Cláudio Barreto e do professor de química Jorge Manika.
O rubro-negro Claudinho, 59 anos, e o coxa-branca Manika, 50, são testemunhas de 40 anos de confrontos inesquecíveis. Desde a década de 1960, eles acompanham de perto seus clubes e não têm dúvidas: foram os Atletibas os episódios mais marcantes e emocionantes que já viveram em campos de futebol.
Carioca de nascimento, Claudinho chegou a Curitiba em 1967. ?Me identifiquei, de cara, com o Atlético. O time estava horrível, sendo rebaixado para a 2.ª divisão estadual, mas eu falei: é com esse mesmo que eu vou.?
Na mesma época, Manika começou a freqüentar os estádios, na companhia do pai. ?Ele era atleticano e começou a me levar aos jogos. Não havia divisão de torcidas. E me apaixonei pelo Coritiba.?
Contemporâneos, Claudinho e Manika viveram lados distintos de confrontos que marcaram toda uma geração. Pelo Atlético, Sicupira, Nilson Borges, Djalma Santos e Zé Roberto. Do lado alviverde, Hermes, Hidalgo, Negreiros… e Zé Roberto.
Perto dos craques
O destino foi generoso com Manika, que teve a oportunidade de conhecer de perto alguns dos maiores craques da história do clube. ?Eu estudava no Colégio Estadual e ia sempre ver o Coritiba treinar. Um dia me chamaram para ser gandula e tive a sorte de conhecer grandes jogadores?, diz, orgulhoso.
Dois deles destacaram-se como ídolos para Manika. ?Zé Roberto e Oberdã?, afirma, recordando os protagonistas de conquistas como o Torneio do Povo e o hexacampeonato estadual entre 1971 e 1976.
Para Claudinho, os primeiros dez anos como torcedor do Furacão não foram tão felizes, devido à seca de títulos. Talvez por isso, ele prefira lembrar feitos mais recentes, como o título brasileiro de 2001 e a grande campanha de 2004. ?Gostei de ver o Washington, o Coração Valente. Mas o Sicupira, com certeza, foi o maior craque da história do Atlético?, avalia.
Concentração
Hoje, Claudinho e Manika não escondem o nervosismo às vésperas de mais uma decisão. ?Ganharemos o primeiro jogo e depois empatamos na Baixada. Algo me diz que o Pedro Oldoni fará o gol do título?, aposta Claudinho.
Manika é mais contido. ?Espero que o Coritiba ganhe com folga o primeiro jogo, porque na Baixada será muito difícil. O Keirrison está sendo decisivo. Mas boto muita fé no Carlinhos Paraíba?, arrisca.