Mais de 100 torcedores do Flamengo, mobilizados pelas redes sociais, se concentraram nesta quarta-feira – dia em que o clube carioca completa 122 anos de existência – em frente à entrada principal do CT Ninho do Urubu, na zona oeste do Rio de Janeiro, para protestar contra a má fase vivida pelo time rubro-negro e contra o desempenho que vem sendo exibido pela equipe nas últimas partidas.
Os manifestantes, que chegaram ao local por volta das 7 horas, gritavam frases como “time sem vergonha”, “pra jogar no Mengo tem que ter disposição”, “acabou o amor, isso aqui vai virar um inferno” e “queremos respeito e comprometimento”, entre outras. O treinamento do elenco teve início às 9h30.
Carros de jogadores, integrantes da comissão técnica e dirigentes que chegavam para o treino desta manhã foram cercados, mas não foram registradas agressões. Uma faixa dizia “salário em dia, porrada em falta”. Outra pedia a saída de Rodrigo Caetano (gerente de futebol), Márcio Araújo, Rafael Vaz, Gabriel, Rômulo, Mancuello e Alex Muralha. O zagueiro Juan foi aplaudido pelos torcedores.
O técnico Reinaldo Rueda considerou o ato promovido por torcidas organizadas como compreensivo. No entanto, o treinador colombiano frisou que as manifestações são aceitas quando feitas de forma pacífica, sem violência contra atletas, dirigentes e integrantes do corpo técnico do clube.
“Sabemos que quando chega a essas circunstâncias tem esse tipo de cobrança. O torcedor tem todo o direito de fazer essa cobrança, mas creio que é uma situação que só pode se resolver com trabalho. Temos de trabalhar melhor”, comentou o treinador em entrevista coletiva antes do embarque da delegação para Curitiba, onde o time enfrentará o Coritiba, na quinta, às 21 horas, no estádio Couto Pereira, pela 35.ª rodada do Brasileirão.
Rueda também admitiu a má fase do Flamengo, mas citou o peso no desempenho do time nas últimas rodadas do Nacional provocado por uma série de desfalques, casos do meia Diego (convocado pela seleção brasileira), dos atacantes Guerrero (punido pela Fifa por suposto uso de doping) e Berrío (contundido), do lateral-esquerdo Trauco (na seleção peruana) e do zagueiro Réver (lesionado).
“Isso não é desculpa, mas que equipe do Brasileirão perdeu seis jogadores? Juan, Réver, Trauco, Berrío, Guerrero, Diego. Seis jogadores com bom nível individual. Não tivemos sorte. Quando estamos recuperando um, sai outro. Muitas equipes no mundo sentem quando sai um jogador, quando saem dois vira um buraco. Quando saem seis. É muito difícil. Estamos numa situação em que assumimos as responsabilidades. Isso tem nos dificultado”, avaliou o treinador colombiano.