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Torcedores do Botafogo invadem treino para cobrar atletas e conversam com Barroca

Insatisfeito com a sequência de três derrotas consecutivas do Botafogo no Campeonato Brasileiro, um grupo de cerca de 15 torcedores invadiu o treino que o time fez na tarde desta quarta-feira, no Engenhão, e tornou o clima dentro do clube ainda mais tenso nesta semana em que a equipe alvinegra se prepara para enfrentar o Fluminense no clássico deste domingo, às 16 horas, em casa, pela 23ª rodada da competição.

Os invasores foram ao gramado para cobrar os jogadores e o técnico Eduardo Barroca tratou de se colocar como um escudo para os atletas. O ambiente ficou pesado e houve um princípio de bate-boca, mas o treinador conseguiu acalmar os torcedores aos poucos na base da conversa.

Alguns integrantes do elenco alvinegro chegaram a se aproximar quando viram os torcedores chegando em direção ao treinador, mas o comandante os afastou e deu uma ordem ao grupo: “Eu quero todos os jogadores para lá. Jogador fica lá. Calma aí!”.

Com o clima quente, o gerente de futebol do Botafogo, Anderson Barros, solicitou a saída dos torcedores do gramado, mas não foi atendido e Barroca precisou acalmar os invasores. E este foi o segundo protesto feito por botafoguenses em dois dias, pois na última terça-feira os muros da sede do clube em General Severiano amanheceram pichados com as seguintes frases: “Fora, Barroca”, “Fora, diretoria”, “Time sem vergonha” e “Assume Moreira Salles”, esta em referência ao sobrenome dos ilustres irmãos botafoguenses que encomendaram um estudo que prevê uma mudança no modelo atual de gestão do clube.

O ato de vandalismo ocorreu após a derrota por 1 a 0 para o Fortaleza, na noite de segunda-feira, no Ceará, no fechamento da 22ª rodada do Brasileirão. Antes desta partida, o time carioca foi superado por 2 a 1 pelo São Paulo, no Rio, e por 2 a 0 pelo Bahia, em Salvador, nos seus dois confrontos anteriores pela competição.

E vale lembrar que esta foi a terceira invasão de torcedores a um treino de um clube da Série A do Brasileiro em um intervalo de apenas cinco dias. No sábado, houve um protesto deste tipo no CT do Fluminense e depois na terça-feira durante atividade realizada pelo Cruzeiro.

Ainda não se sabe como o grupo de cerca de 15 botafoguenses conseguiu invadir o campo anexo ao estádio Engenhão que abrigou o treino da tarde desta quarta-feira.

‘INADMISSÍVEL’ – Pouco depois da invasão, o gerente Anderson Barros deu entrevista coletiva para comentar o problema e criticou de forma veemente a atitude dos torcedores. “O Botafogo não aceita, é inadmissível. De alguma forma nós erramos, porque permitimos que os torcedores entrassem. Eu entendo que isso é uma invasão. É a nossa casa, é o nosso trabalho. Mas, naquele momento, para que se evitasse o pior, a gente tentou conversar e mostrar que o caminho não era o da discussão, da briga”, ressaltou o dirigente.

Barros também lamentou o fato de que as invasões de torcedores a clubes da elite do País estão se tornando uma rotina e destacou que os times precisam agir para coibir este tipo de manifestação. “A gente não pode admitir isso. É uma falta de respeito muito grande”, reclamou.

Já ao ser questionado sobre qual foi o teor da conversa entre os revoltados botafoguenses e Barroca, o gerente evitou revelá-la, mas não poupou críticas ao ato de intimidação promovido pelo grupo de invasores.

“Normalmente todos esses movimentos são todo em tom de cobrança por resultados negativos, mas todos aqui são homens, profissionais e pais de família que trabalham muito. Vocês acompanham o dia a dia, e se trabalha muito aqui apesar de todas as dificuldades. É muito complicado ter que administrar uma situação como essa. temos um controle, a segurança do clube, e ela vai tomar todas as providências. Tem um responsável por esse setor”, prometeu. “Normalmente a polícia é chamada depois que o fato acontece. Nós precisamos intermediar aquela situação. Às vezes, você precisa colocar algumas situações, administrar para que algo não aconteça. A polícia não teve culpa, o papel dela é agora. Saber quem foram as pessoas e tomar as providências”, cobrou.

O dirigente também reconheceu que houve falha na segurança do clube e apontou um possível caminho não bem vigiado pelos responsáveis por controlar o acesso ao local e pelo qual os torcedores podem ter invadido o campo de treinamento. “Eles entraram, acredito que eu, por um dos portões, principalmente pelo Norte 2, onde nós falhamos de alguma forma. Não pode se permitir que isso aconteça”, ressaltou.

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