O Atlético viu o caldeirão ferver de vez, ontem, com o protesto de cerca de 30 integrantes da facção Os Fanáticos, que invadiram o CT do Caju pouco antes do treino da tarde. Assustada com a manifestação, a diretoria rubro-negra acionou a Polícia Militar, mas a movimentação terminou de maneira pacífica.

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Após uma conversa preliminar com o gerente de futebol Paulo Rink, cinco torcedores puderam permanecer no centro de treinamento e foram levados para uma reunião com os jogadores e o técnico Adilson Batista, em separado. Rink achou por bem liberar alguns torcedores para evitar um confronto direto com os atletas.

O teor da conversa foi em cima de cobranças, pedido de mais garra, determinação e contratação de reforços. Mas alguns jogadores foram mais cobrados, como Rafael Santos, que já cometeu duas falhas mortais neste Brasileiro – nos jogos contra Grêmio e Flamengo.

Embora os detalhes da reunião sejam mantidos em sigilo, pelo menos três atletas tomaram bronca de dedo na cara, situação que acabou contornada na base do diálogo e promessa de mudança de postura nos próximos jogos.

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A cena da invasão foi novidade para Paulo Rink, que disse nunca ter passado por nada assim no CT, mesmo quando foi jogador. Já, para Adilson Batista, foi apenas uma lembrança recente de situação semelhante já vivida por ele.

Em outubro do ano passado, a semana em que deixou o Corinthians começou da mesma maneira. Porém, no alvinegro paulista, ele foi contra a reunião que a diretoria, jogadores e uma organizada fizeram.

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No jogo seguinte ao encontro, o Corinthians perdeu para o Atlético-GO e Adilson deixou o time. No Santos, no começo deste ano, o treinador também sofreu com protestos da torcida.

Para o treinador, nada disso assusta, justificando que talvez seja algo mais corriqueiro em times que dirige, por ele não se vincular a torcidas organizadas. “Eu não pago torcedor, não saio para jantar com jornalista, não tenho rabo preso com ninguém. Sou cara limpa, não tenho vergonha e enfrento. Infelizmente, a situação não está dando, mas daqui a pouco ela vira”, disse Adilson, que diz não ter medo de enfrentar um momento tão delicado do clube.

“Isso existe. Às vezes o chefe da torcida conversa com este ou com aquele, escondido, sem ninguém saber. Eu estou tranquilo, sei que às vezes incomodo A, B ou C, determinado setor, mas tenho consciência daquilo que estou fazendo”, emendou o treinador.