Não foi só dentro de campo que o Londrina fez feio diante do Brasil de Pelotas. Só a derrota por 3 a 1 para os gaúchos já seria suficiente para a torcida ficar de cabeça quente. Mas um gesto infeliz feito por um dos poucos alvicelestes que viajaram até o Rio Grande do Sul para assistir à partida pode trazer problemas à equipe. Um dos torcedores do Londrina foi flagrado supostamente imitando um macaco como forma de insulto à equipe do Brasil de Pelotas. O clube gaúcho repudiou o ato, que definiu como discriminatório.
As imagens foram registradas pelo canal Esporte Interativo, detentor dos direitos de transmissão da Série C, durante o intervalo da partida. O torcedor estava sentado abaixo de uma faixa da Falange Azul e trajava o que seria um uniforme da organizada. Ele começa a imitar um macaco coçando a cabeça. Pouco depois, se levanta e começa a pular. O fato não foi relatado na súmula da partida.
No Facebook, o presidente da Falange Azul, Marcelo Benini de Souza, explicou que não houve racismo por parte do torcedor. Segundo Souza, o ato foi uma “ironia” em resposta à provocação de pessoas que assistiam ao jogo em cima de uma árvore – nas palavras do presidente da Falange, “trepados como macaco”.
Na página oficial do Brasil foi publicada uma nota de repúdio contra o que os gaúchos chamaram de racismo. No texto, a direção do clube “reforça que é contra qualquer forma de discriminação, de qualquer gênero”.
“O Grêmio Esportivo Brasil informa que repudia a ação do torcedor do adversário Londrina, na partida deste domingo (28), às 11h, no Bento Freitas, quando o mesmo imita um macaco para a torcida do Brasil. O Clube do Povo reforça que é contra qualquer forma de discriminação, de qualquer gênero – publicou o clube”, diz a nota.
O site do Londrina não faz menção ao caso.
Cusparada
Se a imitação de macaco não apareceu no relato oficial da partida, outro fato inusitado foi registrado pelo árbitro do jogo, Evandro Tiago Bender. Na súmula, ele aponta que o atacante Patrick, autor do gol do Londrina, teria sido alvo de cusparadas por parte da torcida xavante.
O fato foi comunicado à equipe de arbitragem pelo supervisor João Severo. Um vídeo gravado pelo próprio supervisor mostraria que aos 13 minutos do primeiro tempo a torcida da casa cuspiu no camisa 9 do Londrina. “Informo que durante a partida ninguém da equipe da arbitragem presenciou este relato e nem mesmo o próprio atleta envolvido não comunicou que havia recebido cusparadas”, detalhou o árbitro.