Foto: Ciciro Back
Harry Matitz empolgou-se com o time de 49, mas admira a equipe atual: ?Tem uma gurizada boa?.

O campeonato paranaense começa e o Atlético, logo de cara, aplica duas goleadas no intervalo de oito dias. Na seqüência, mais 10 gols em outros dois jogos e a equipe passa a chamar a atenção da mídia esportiva. Já no decorrer da competição, os placares elásticos se acumulam e o Rubro-Negro varre seus adversários. Com o ímpeto de um tufão desestrutura equipes como Britânia, Ferroviário e Coritiba, seus principais rivais na época. Mas ao invés de perder força, ganha intensidade e o time transforma-se num Furacão, equipe que vira lenda no futebol paranaense e que devasta seus concorrentes. Ao final do ano conquista a façanha de vencer 11 jogos na seqüência, todos válidos pelo campeonato estadual, e sagra-se campeã com três rodadas de antecedência.

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Esse foi o famoso esquadrão de 1949, o Furacão original, cujo recorde só foi igualado por uma equipe rubro-negra quase seis décadas depois.

Naquela época, o grupo comandado por Nilo Biazetto fez história e encantou os torcedores e cronistas esportivos com apresentações de gala, conforme relatam os livros e pessoas privilegiadas que puderam acompanhar tal feito. É o caso de Harry Matitz, que torce pelo rubro-negro desde sua infância e mesmo nos dias atuais não perde um jogo sequer na Arena da Baixada. Apesar de ser adolescente em 1949, Matitz tem como forte lembrança a goleada aplicada pelo Atlético no Coritiba (5 a 1), em 7 de agosto, e jogando na casa do eterno rival. ?O estádio era todo de madeira.

O alambrado que dividia o campo da torcida tinha cerca de um metro de altura. Todos muito bem arrumados e naquele jogo aconteceu o recorde de público. Depois da vitória, foi uma festa na Rua XV e nos locais de encontro do torcedor atleticano como o bar Americano, na Rua Marechal Floriano?, relembra o torcedor. Sobre o grupo de 49, Harry rasga elogios a todos os jogadores, mas destaca Jackson, Cireno, Rui e Sanguinetti. ?Esse time tinha uma postura clássica. Jogava com a cabeça erguida e velocidade. Dominava os seus adversários porque tinha categoria superior?, explicou.

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Sobre eventuais comparações entre as duas equipes, Matitz diz que isso não é possível, pois ?os tempos são outros e o futebol mudou muito?.

No entanto, para ele, o time atual ainda está em formação e tem potencial para crescer de produção e almejar conquistas maiores. Como destaque ele aponta o zagueiro Antônio Carlos, ?um craque na defesa?; a disposição e voz de comando de Claiton; a versatilidade de Ferreira – que atualmente defende um clube nos Emirados Árabes, mas pode retornar ao Rubro-Negro. Mas o torcedor também aposta suas fichas na continuidade do trabalho do clube em revelar talentos. ?Além do time-base sei que há uma boa gurizada para entrar, o que é perspectiva de um futuro promissor para o Atlético?.

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