O técnico Toninho Cecílio tenta romper paradigmas no Paraná Clube. Apesar de toda a vivência no futebol – teve uma carreira vitoriosa como zagueiro e também como dirigente -, o profissional ainda busca projeção nacional na condição de treinador. À beira do gramado, o Tricolor é apenas o sétimo clube de Cecílio, que procura não se aventurar em competições de menor expressão. Até hoje, disputou apenas Paulistão e Séries A e B do Brasileiro. Na Vila Capanema, tentará superar a marca de Marcelo Oliveira.
Em 2010, o atual técnico do Vasco da Gama comandou o Paraná Clube por nove meses. Entre janeiro e outubro, fez campanha razoável no Estadual e alimentou o sonho do acesso na Série B. Acabou demitido após uma goleada (6 x 1) para a Portuguesa. Na prática, Oliveira não conseguiu manter o grupo mobilizado diante de constantes atrasos salariais. A partir de sua saída, o Tricolor voltou à ciranda dos treinadores, com Roberto Cavalo, Ricardo Pinto, Roberto Fonseca e Guilherme Macuglia não se mantendo no cargo sequer por quatro meses.
Ricardinho esteve à frente do Paraná por oito meses. Optou por sair, sentindo-se “abandonado” pela diretoria, que não lhe deu novas opções para o ataque. Agora, Toninho Cecílio tem a missão de reerguer o time e suplantar suas próprias marcas. Mesmo ressaltando trabalhos eficazes no Grêmio Prudente e no Americana, ele só trabalhou nesses clubes por cinco meses. “São contingências do futebol”, frisa Cecílio. “No Prudente, optei por sair ao receber uma oferta interessante do Vitória, um clube conhecido por sua estrutura e por sua importância no cenário nacional”, comentou.
Só que Toninho não ficou nem um mês no clube baiano. “Saí sem ter perdido nenhum jogo em casa e com um aproveitamento relativamente bom (44,44%)”, defende-se Cecílio. No ano passado, o técnico esteve no Americana, considerado por ele próprio seu melhor trabalho, até aqui. “Lá, atuei também na montagem do grupo. Tínhamos um elenco modesto – com folha de R$ 400 mil – e que, mesmo após minha saída, brigou até as últimas rodadas pelo acesso à Série A do Brasileiro”. Toninho comandou o time em 16 rodadas e acabou demitido após uma sequência de três derrotas.
O novo técnico paranista chega com muita vontade de mostrar seu trabalho em um novo centro, que ele conhece bem. Há 15 anos, esteve por seis meses no Coritiba, ainda como zagueiro. Seu contrato vai até o término do Paranaense, ou seja, um vínculo de oito meses. Para superar a marca de Marcelo Oliveira, ele terá que garantir renovação também para a disputa do Brasileiro do ano que vem. “É esse o meu objetivo. Vim com esse desafio pessoal, de mostrar serviço e dar sequência a esse processo de recuperação do Paraná Clube”, concluiu.
Nos estertores, diretoria busca reforços
A diretoria tricolor segue numa corrida contra o relógio. O prazo para novas inscrições se encerra amanhã e o clube ainda tenta definir mais um – ou até mesmo dois – reforços. O técnico Toninho Cecílio, preocupado com o jogo de sexta-feira, às 21h, frente ao Joinville, em Santa Catarina, prefere manter o foco na montagem do time e deixa essa questão para o gerente de futebol Alex Brasil. Além de um atacante, o clube estuda a possibilidade de trazer mais um lateral-esquerdo, devido à lesão de Wendell Borges.
Para o ataque, uma das opções seria Rafael Costa, destaque do Metropolitano-SC. O clube de Blumenau disputou a Série D do Brasileiro e foi eliminada nas oitavas de final pelo Mogi-Mirim. O camisa 9 disputou os 10 jogos da equipe e marcou 4 gols. O nome não é confirmado pelos dirigentes paranistas, que trabalhariam ainda com outras duas opções. Uma série de nomes já passaram pela mesa do presidente Rubens Bohlen (muitos deles indicados por Ricardinho, o ex-treinador do clube). O maior obstáculo é a limitação financeira do Paraná.