O União Bandeirante perdeu a batalha inicial no tapetão pela vaga na Série Ouro do Campeonato Paranaense. A 1.ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paranaense de Futebol (TJD-PR) acatou ontem, por cinco votos a zero, o pedido do Toledo Colônia Work, que alegava irregularidade no registro de jogadores da equipe de Bandeirantes no Estadual de 2006. Até o julgamento do recurso, o União perde 18 pontos e momentaneamente está rebaixado para a Segundo Divisão.
De acordo com a denúncia oferecida pela procuradoria do TJD, com base no requerimento protocolado pelo Toledo, o União usou atletas irregulares nas partidas contra Londrina, Adap e Roma. O procurador Alexandre Zolet apontou um documento emitido pela CBF, confirmando que pelo menos 10 atletas do União entraram em campo sem contratos legalmente registrados.
A defesa do União baseou-se na suposta prescrição (perda de prazos) para que o Toledo apresentasse a denúncia e o caso fosse a julgamento. ?Além disso, o resultado do Campeonato Estadual já foi homologado?, falou o defensor do União, José Francisco Cunico Bach. Mas a alegação não foi aceita pela 1.ª Comissão, que julgou o mérito da questão.
O União afirmou ainda que os jogadores citados tinham as carteirinhas que a FPF emite para autorizá-los a entrar em campo. ?A Federação forneceu as carteirinhas assim que os contratos foram protocolados, mas o atleta só pode jogar quando este contrato é registrado na CBF. E isso não ocorreu?, rebateu o advogado do Toledo, Hélder Vicentini.
Como o Código Brasileiro de Justiça Desportiva prevê a perda de seis pontos para cada jogo com atleta irregular, a decisão unânime da 1.ª Comissão deixa o União com dois pontos negativos no torneio. O Toledo, que somou nove e havia sido rebaixado como último colocado do mesmo grupo (o ?B?), é mantido na Série Ouro. ?O Toledo caiu porque não teve tempo de contratar jogadores. É justo que quem não seguiu a lei seja punido?, comemorou o presidente do clube do Oeste, Irineu Picinini.
Segundo Cunico Bach, o União vai recorrer ao pleno do TJD, que deve marcar um segundo julgamento. O clube perdedor ainda pode recorrer em terceira e última instância no STJD, no Rio de Janeiro. O advogado do União negou que o clube pense em fechar as portas caso seja rebaixado. ?Essas informações nunca partiram da diretoria do União?, falou.
Ainda Lusinha
No outro julgamento da noite, o pleno do TJD não aprovou o requerimento da Portuguesa Londrinense para mudança de nome para Grande Londrina. Por seis votos contra um, os auditores entenderam que a alteração fere as normas da CBF, que proíbem a adoção de nome igual ou parecido ao de outro clube sediado na mesma cidade – no caso, o Londrina Esporte Clube. O TJD já havia cassado a liminar que dava à Lusinha o direito de chamar-se Grande Londrina até o julgamento da questão. Agora, resta à Portuguesa recorrer ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
