Nas últimas semanas, o Toledo Colônia Work ameaçou ficar de fora do Campeonato Paranaense 2010. Vivendo financeiramente apenas das negociações dos atletas da base, até mesmo as portas do profissional poderiam ser fechadas e o clube foi colocado à venda. No entanto, o presidente do Porco, Irno Picinini, mudou de opinião e confirma: “Vamos jogar o Estadual, custe o que custar”.

Na manhã da última sexta-feira, cerca de 30 empresários, representantes da associação comercial e prefeitura se reuniram na cidade. O objetivo do encontro organizado pelo presidente do TCW era pedir ajuda, tanto para aquisição de patrocinadores como também por um suporte para levar o toledano em massa aos jogos no Estádio 14 de Dezembro.

A iniciativa surgiu pois o time que ficou na 9.ª colocação do Estadual 2009 não empolgou o torcedor da região Oeste. Em um estádio com capacidade para 20 mil pessoas, foram vendidos mais de mil ingressos apenas contra Atlético (2 mil) e Paraná (1400).

Em comparação, no menor público do Porco, apenas 394 torcedores assistiram a goleada por 4 a 0 contra o Iraty – dando um prejuízo de R$ 1.315 apenas com as taxas da federação.

Infraestrutura: campos de treinos e ginásio próprio.

“É assim mesmo. O povo acha que, por sermos um time nos moldes de empresa, é só pro dono. Mas o futebol profissional é um patrimônio da cidade e vamos nos organizar para encher as arquibancadas, como fizemos ano passado (2008)”, anima-se.

À venda

Irno não informa por quanto o TCW está à venda. No entanto, ele faz propaganda, diz que negociações estão em andamento, mas garante que nada deve ser feito em 2009.

“Temos centro de treinamento próprio, vaga na 1.ª Divisão e nenhuma dívida. É uma estrutura de causar inveja. Seis empresas estão interessadas, mas qualquer negociação só deve ser concretizada depois do Paranaense 2010”, garante o presidente do Toledo.

Time caseiro pra 2010

Diferente do que ocorreu neste ano, a base do Porco no Paranaense 2010 não priorizará mais atletas do São Paulo. Segundo o presidente do Toledo, uma lista de aproximados 15 jogadores já compõe o elenco, mas não há previsão de início das atividades.

“Ainda aguardamos o arbitral da Federação para nos programar. Mas como são todos atletas da região, não teremos problemas”. Porém, Irno Picinini, não descarta nova parceria com o Tricolor Paulista. “Dessa vez é apenas para pedir alguns reforços. Creio que no máximo uns dez”, ressalta.

CT com campo e arquibancada”.

Para ocupar o comando técnico do Toledo, a diretoria deve definir entre três nomes. “Estamos conversando com o Jorge Morgenstern, auxiliar de Sérgio Baresi no Paranaense 2009, Agenor Piccinin, que já passou pela Chapecoense-SC e Arapongas-PR, ou o Rogério Perro, que já treinou o Paraná Clube e o próprio Toledo. (FL)

“Supermando é sacanagem”, diz Irno

“Ridículo. Isso que esta acontecendo no Paraná não existe. Em vez de melhorar, fizeram uma sacanagem”. Essa foi a declaração do presidente do Toledo, revoltado com a manutenção do Supermando no Campeonato Paranaense para 2010.

Irno afirma que o artigo 9.º do regulamento é mais uma injustiça contra os clubes interioranos. “Isso é coisa para favorecer os times da capital. Eles recebem uma verba maior de televisão, podem montar melhores times e agora nem sair de casa querem. Por eles, nem jogariam o Estadual” dispara.

Para Picinini, a única solução é estreitar as relações entre os clubes do interior. “O que dificulta é que tem gente que não se preocupa e quer apenas aparecer. O Iraty sempre vai a favor dos times da capital. Já o Engenheiro Beltrão nunca ajuda. É lamentável. Enquanto isso, vemos tradicionais equipes como Londrina e Grêmio de Maringá fora da elite de nosso futebol. Por sorte o Operário de Ponta Grossa voltou”, afirma.

Nasceu pra ser exemplo

O Toledo Colonia Work foi fundado em 2004. A intenção era suceder à altura os clubes que representaram a cidade dos anos 70 aos 90. Mudou apenas o sobrenome.

Nada dos populares futebol ou esporte clube. Quem dá nome ao Porco são as empresas que o sustenta: a Work Terceirizações de Serviços, propriedade do presidente Irno Picinini, e a Cervejaria Colônia, da família Brandalise.

No Paraná, Irno não pensa duas vezes ao ressaltar que o centro de treinamento do TCW perde em estrutura apenas para o CT do Caju, do Atlético Paranaense. São seis campos de Futebol, sendo quatro oficiais com irrigação subterrânea automatizada, prédio com capacidade para abrigar 140 atletas, refeitório, salas de lazer, academia e local próprio para fisioterapia. Apesar da modernidade do local onde Porco treina, o presidente prefere silêncio quando questionado sobre o valor do investimento no clube. (FL)