Todos os olhos em Dagoberto

Em meio a uma novela que se arrasta há meses, e ainda sem data para terminar, Dagoberto e a torcida do Atlético se reencontram amanhã. Principal aposta do estreante técnico Vadão, o jogador conta com o retrospecto recente para enfrentar as acusações de irrelevante, a falta de ritmo e o descontentamento de uma torcida, em sua maioria contrariada com o antigo ídolo.

A última partida de Dagoberto foi contra o Santa Cruz, há 76 dias. De lá para cá, treinou como titular, alfinetou Givanildo de Oliveira após ser barrado e enfrentou o Atlético nos tribunais, em ação que ainda corre na Justiça do Trabalho. E foi o pivô da saída do técnico anterior, que não acatou ordem da diretoria para escalá-lo contra o Vasco.

Assim que foi contratado, Vadão tratou de antecipar a entrada do atacante contra o Flamengo. ?É claro que os problemas atrapalham.

Mas sua capacidade e o desempenho quando jogou comigo compensam tudo?, disse ontem o treinador. Mas contra Dagoberto estará a impopularidade. Nas enquetes de sites ligados ao clube, cartas e demais manifestações da torcida, o posicionamento costuma ser desfavorável ao jogador, acusado de não pensar nos interesses do clube. A torcida Os Fanáticos, principal organizada rubro-negra, disse que não vai gritar o nome do jogador amanhã.

Dagoberto enfrenta também a desconfiança interna no clube. Ontem, em nota oficial, o presidente do Conselho Deliberativo, Mario Celso Petraglia, disse que o atacante ?ainda não escreveu sua história no futebol, jogou pouco mais de 40% das partidas que poderia ter disputado e ainda não foi protagonista de nenhuma conquista importante no Atlético?. Discurso semelhante ao do advogado rubro-negro Marcos Malucelli, em entrevista coletiva concedida no início do mês.

De fato, Dagoberto pouco jogou, principalmente nas duas últimas temporadas – foram 18 partidas e cinco gols desde o início de 2005. Mas, quando entrou em campo, resolveu: o Rubro-Negro venceu 14 destes jogos e perdeu apenas dois. Terá que manter o desempenho para derrubar as dúvidas. ?Dagoberto tem minha confiança. Disse a ele que jogue o máximo que puder, quantos minutos conseguir. O que a torcida falar não vai influir?, decretou o protetor Vadão.

Marcelo Silva será o fiel da balança

Pouco adepto de mistérios, Vadão confirmou ontem o time que enfrenta o Flamengo: Cléber; Danilo, Marcelo Silva e João Leonardo; Jancarlos, Alan Bahia, Cristian, Ferreira e Ivan; Dênis Marques e Dagoberto. É a mesma escalação usada nos treinos anteriores, e com um esquema tático ?flutuante?. Os desfalques são o zagueiro Alex, suspenso, e o volante Erandir, que fraturou a mão. Evandro, titular na rodada passada, foi para a reserva.

Segundo o técnico, Marcelo Silva será o fiel da balança do sistema. ?Se o Flamengo entrar com Obina e Luizão, Marcelo joga como zagueiro de sobra. Se usarem só um atacante, ele avança e atua como meia?, explicou Vadão, que prefere usar o 3-5-2, mas pensa mudar de idéia após analisar os últimos jogos do Flamengo. ?É um time que ganhou consistência jogando no 3-6-1. E que não estará festejando.

A comemoração acabou quando o Ney (Franco, treinador) mostrou a tabela lembrando que eles não podem perder?, falou o técnico atleticano, referindo-se à recente conquista da Copa do Brasil por parte do rubro-negro carioca.

Marcelo Silva, que estreou na partida contra o Vasco, disse já ter atuado como zagueiro. ?Não há nenhum problema. Atrás da zaga tenho até uma visão mais ampla para sair com a bola?, falou o jogador, de 30 anos, que aproveitou para elogiar o novo técnico e, indiretamente, malhar o antecessor. ?Vadão motivou a equipe e comandou trabalhos táticos de situações de jogo, algo que não vínhamos fazendo. Entraremos mais cientes do que fazer em campo?, falou. (CS)

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo